Antes de partir para a ilha do Sal, o candidato presidencial Fernando Rocha Delgado esteve, ontem, em Salamansa, São Vicente, onde considerou necessária uma revisão do acordo de pesca existente entre Cabo Verde e União Europeia, por entender que os pescadores cabo-verdianos têm sido prejudicados. Hoje, o contato com o eleitorado prossegue na ilha do Sal.
Para Fernando Delgado, as embarcações europeias, de grande capacidade, têm levado todo o peixe, deixando pescadores cabo-verdianos em dificuldades. O candidato entende que o acordo de pesca deveria contribuir para a redução do desemprego e para o bem estar das comunidades do país, o que diz não acontecer.
Caso seja eleito Presidente da República, diz comprometer-se a rever o acordo de pesca de modo a beneficiar os pescadores nacionais.
“Se eu for eleito, o acordo terá de voltar a ser discutido através do diálogo e mostrar uma proposta mais viável, de forma a que os pescadores nacionais tenham benefício também”, avança Fernando Delgado, que diz sentir os impactos do acordo de pesca na prática por ser um “homem do mar”.
Condenação de utilização de meios do Estado
Fernando Rocha Delgado desembarcou na tarde de terça-feira, no Sal, onde retomou a questão da utilização de meios do Estado na campanha eleitoral, algo que condena, por não se coadunar com aquilo que é a Democracia e a lei eleitoral, isto quando uma candidatura (a de Carlos Veiga) ameaçou levar outra a tribunal (José Maria Neves), precisamente por críticas e afirmações na imprensa, e na campanha, da utilização de meios do Estado, ou seja, dos cabo-verdianos, a favor da candidatura apoiada pelo partido que sustenta o Governo.
7º dia campanha continua no Sal
O candidato que se assume como defensor de causas sociais e dos mais desfavorecidos, deve permanecer na ilha do Sal até amanhã, quinta-feira, 7, para passar a mensagem de colocar o sistema a funcionar, caso seja eleito, utilizando a magistratura de influência nas diversas áreas.
Recorde-se que estas são as sétimas eleições presidenciais de Cabo Verde, desde 1991, ano em que pela primeira vez a escolha do PR passou a ser feita pelo voto direto, universal e pluralista.
A eleição para o Presidente da República que irá suceder a Jorge Carlos Fonseca, no cargo, acontece no próximo dia 17 de Outubro e concorrem sete candidatos: Fernando Rocha Delgado, Gilson Alves, José Maria Neves, Carlos Alberto Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro.