O ministro da Cultura, Abraão Vicente, disse hoje que o seu cargo está sempre à disposição e que o Governo de Cabo Verde está aberto para avaliar a situação do sector dos eventos, no país, que tem sido o “mais prejudicado”, devido aos efeitos da pandemia.
Isto, após críticas feitas pelo promotor de eventos Sócrates Sucá, numa publicação do Facebook, em carta dirigida a Ulisses Correia e Silva e Olavo Correia, em que pede ” a cabeça” de Abraão Vicente, por não defender os interesses da classe.
“Não conheço de fundo a publicação, mas é preciso separar os sectores. Para já, a minha cabeça está sempre numa bandeja desde 22 de Abril de 2016. Não é a primeira vez que agentes culturais ou produtores culturais pedem a minha cabeça, porque na sua perspectiva não é positiva”, recordou, em declarações citadas pela Inforpress.
Quem conhece como se governa um país, prosseguiu Abraão Vicente, sabe que não é o ministro da Cultura a decidir se se abre ou não os eventos culturais de grandes dimensões que proporcionam aglomerações.
Para este fim, precisou, há um gabinete de crise e o Conselho de Ministros, para argumentações internas. Portanto, “trata-se de uma decisão colectiva”.
O ministro explicou que, devido a critérios sanitários e de saúde pública, o Governo decidiu adiar a abertura de eventos para Dezembro, mas adiantou que esta é uma decisão que pode ser avaliada “a todo o momento”.
“Portanto, eu não ia focar apenas na opinião de um produtor que, claramente, neste momento, não vive em Cabo Verde, não conhece a realidade cabo-verdiana e não conhece o sector da cultura, a gestão cultural”, sublinhou, ressaltando que o seu cargo está sempre à disposição.
Abraão Vicente disse compreender as posições individuais, mas, defendeu que é fundamental que os cabo-verdianos percebam que além dos interesses pessoais e de determinados grupos, está o interesse de Cabo Verde e da saúde pública.
Encontro com o sector
O governante adiantou ainda que, nesta quarta-feira, estava agendada uma reunião entre o Governo e o sector dos eventos, para ouvir mais uma vez as suas preocupações e que, caso necessário for, de acordo com os dados de vacinação, o executivo está absolutamente aberto para rever a situação e assim que for possível anunciar novas medidas.
Histórico
Esta reação surge na sequência de uma carta publicada na página de Facebook do promotor de eventos Sócrates Sucá, que diz que o ministro da tutela nada faz para ajudar a classe e pede o seu afastamento do cargo.