A escritora cabo-verdiana, Vera Duarte, recebeu na tarde deste sábado,2, o Prémio Literário Guerra Junqueiro – Lusofonia 2021, numa cerimónia realizada na Biblioteca Nacional, na cidade da Praia. O prémio foi-lhe atribuído no dia em que completou as suas 69 primaveras.
Na cerimónia, a escritora e poetisa expressou “toda a sua gratidão” a todos os que contribuíram para que recebesse o prémio, acreditando que a divulgação da sua literatura, tal como da literatura cabo-verdiana em geral, está a ter “um maior impacto” no meio lusófono.
“Não só acredito como já começo a ter a prova, porque depois deste prémio lancei a Vénus Crioula na feira do livro de Lisboa, mas na verdade o primeiro sítio onde a Vénus Crioula começou a fazer a sua caminhada foi exatamente em Freixo de Espada Cinta, terra natal do Guerra Junqueiro (…) ” disse Vera Duarte à Inforpress.
A escritora avançou que, desde o momento em que foi galardoada com este prêmio, recebeu várias mensagens, e isto, reconheceu, faz com que “aumente mais a visibilidade”, tendo frisado que vários nomes, inclusive cabo-verdianos, como Jorge Carlo Fonseca, vão dando visibilidade ao prêmio e os próximos escritores detentores do galardão sentirão o impacto.
Retoma dos concursos e prémios literários no país
Por outro lado, a escritora ora premiada, defendeu que, para dar o impulso à literatura cabo-verdiana, há a necessidade de se criar prémios e concursos literários no arquipélago, onde, conforme ressaltou, “parece que neste momento não há nenhum”.
“Precisamos de prémios literários, de concursos literários. Sou adepta dos concursos literários, estou sempre a falar deles e a querer que a Academia lance concursos que agente possa ter mecenas, porque só podemos lançar concursos tendo mecenas que nos permitam atribuição de um prémio e selectas literárias que possam ajudar a nascer e crescer nos jovens o gosto pela leitura (…)”, explicou.
Segundo o Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, que esteve presente na cerimónia, a retoma dos concursos literários está a ser tratado com a Academia Cabo-verdiana de Letras (ACL).
“Tivemos uma reunião, há cerca de quatro dias, com o novo presidente da ACL e a nossa intenção é reativar o prémio, desde que haja um engajamento da Academia e de outras associações, porque nós estamos disponíveis e acreditamos que eles têm razão, é preciso premiar os escritores cabo-verdianos com prémios nacionais”, reconheceu o ministro presente no evento.
O Prêmio Literário Guerra Junqueiro, que é atribuído a vários países da Lusofonia é promovido no âmbito do FFIL – Freixo Festival Internacional de Literatura, que se realiza desde 2017, em Freixo de Espada à Cinta, tendo o nome do patrono do evento e resgata um dos poetas que marcaram a formação dos poetas e escritores do Séc. XX e XI.