O Governo de Cabo Verde deve suspender imediatamente o aumento da tarifa de eletricidade, anunciado pela Agência Reguladora Multisectorial da Economia (ARME). Ideia defendida pela Plataforma Unir e Resgatar a UNTC-CS, que considerou o aumento “brutal”.
A denúncia foi feita pelo coordenador da Plataforma, Eliseu Tavares, que acusa o Governo de querer “lavar as suas mãos”, quando o ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, apontou, em conferência de imprensa, que foi a Agência Reguladora Multissectorial da Economia (ARME), que decidiu e anunciou esse aumento.
“A Plataforma Sindical defende e propõe ao Governo a suspensão imediata dessa medida por ser cruel e injusta, economicamente, insustentável, tanto para os trabalhadores em particular como para a população cabo-verdiana em geral”, defendeu, em declarações à imprensa.
Mantendo esta medida, propõe, por outro lado, o Governo deve então declarar o fim imediato do lay-off, passando os trabalhadores a auferirem 100% do seu salário, bem como aumento salarial geral para todos os trabalhadores da Administração Pública, empresas públicas e privadas.
Conforme assegurou o coordenador da Plataforma Sindical – Unir e Resgatar a UNTC-CS, caso o Governo não tome medidas face a esse aumento da electricidade irão preparar “acções mais profundas, de rua”, para chamar a atenção.
Tavares lembrou ainda que o ministro Alexandre Monteiro disse que “ninguém vai pagar mais do que pagava no início da pandemia da covid-19”, ou seja, asseverou, há uma contradição do Governo, que quer “passar a ideia” de que a pandemia em Cabo Verde já terminou.
“O Governo, na voz do senhor ministro da Indústria e Comércio e Energia, disse também que vão tomar medidas que serão anunciadas ainda antes da entrada em vigor das novas tarifas, em Outubro, para proteger amortecer esse choque. E a plataforma Sindical, como é óbvio, desconhece quais são essas medidas do Governo para proteger e amortecer esse choque desse aumento brutal da electricidade”, disse este responsável.
Eliseu Tavares recordou igualmente que o país ainda está sob a crise pandémica, e que a situação está a piorar nestes últimos tempos, o que requer a “manutenção e quiçá o reforço” das medidas de apoio e protecção para as pessoas e empresas.
Assinalou ainda que desde 2011 os salários na Administração Pública encontram-se congelados, tendo o Governo desde o início da sua Governação, em 2016, concedido um único aumento salarial, em 2019, na ordem de 2,2%, apenas para um número reduzido de trabalhadores da Administração Pública.
C/ Inforpress