Uma aluna do ensino básico, na ilha do sal, corre o risco de não frequentar as aulas que começam já na próxima semana ou de estudar o mesmo ano escolar. Preocupada a mãe diz aguardar uma resposta das autoridades, resposta que “demora” a chegar visto que o arranque das aulas é já dia 13.
O caso remonta a Setembro do ano passado, quando Ana Filipa Rodrigues, a mãe, sentiu a necessidade de deslocar-se para Portugal, por motivos de cuidados de saúde e teve que levar com ela a filha Íris que, na altura, frequentava na ilha do Sal, o quarto ano de escolaridade.
No regresso à ilha, em Abril deste ano, solicitou a transferência dos estudos da filha, que em Portugal cumpriu o segundo trimestre da quarta classe.
No entanto, precisando agora matricular a filha no 5°ano, muitas foram as questões que surgiram e a criança corre o risco de ter de repetir a 4°classe.
“Chegamos a Cabo Verde a 24 de Abril dirigi-me à delegação, e a própria escola disse que não pode fazer nada, sobre esse assunto, e que a delegação é que tem autonomia para tratar do assunto”, recorda.
Avaliações fora do sistema
A mãe diz que foi à delegacia e disseram-lhe que o assunto é para tratar com a diretora geral da educação, na Praia, para fazer um pedido de reintegração da aluna e que lhe dariam um feedback.
“Assim fiz e, efetivamente, ela entrou nas aulas depois de dois ou três dias, se não estou em erro, e começou a assistir as aulas normais, inclusive fez as avaliações do último trimestre”.
Porém, co explica, as avaliações não foram colocadas no sistema porque o nome da filha “não aparece no sistema”, conforme explicou a mãe em entrevista à RCV.
Resposta
No momento, sem uma resposta efetiva, se a filha vai ou não ter a avaliação para transitar para o quinto ano, Ana Rodrigues procura incessantemente uma tomada de posição por parte das autoridades de ensino.
“A resposta que recebi, no início de Agosto, por e-mail, é que é dada a equivalência, portanto vai ser feita uma equivalência das notas que ela teve no segundo trimestre, em Portugal. Se a directora já está a par de toda a situação, penso que o processo deve decorrer nos termos normais. O meu espanto foi quando foi dada a equivalência, disseram que ela teria que repetir a terceira classe. Vim reclamar porque estamos a falar de uma aluna que sempre estudou aqui desde o primeiro ano”, explicou.
Ana foi atrás de uma nova resposta e há uma semana que tem sido informada que as notas do primeiro período da quarta classe não foram lançadas porque a aluna fez um mês e meio de aulas.
“Quando contacto a directora da escola, a mesma diz-me que poderá haver uma hipótese, agora, dentro de dias, da minha filha fazer um teste de recurso. Eu não me oponho porque poderão precisar de mais elementos de avaliação, no entanto, não está a ser dada oportunidade à aluna porque eu sei que são dados dois testes de recurso e a minha filha não teve qualquer oportunidade, caso precise de mais algum elemento de avaliação. E ela é uma aluna que nunca falta e que tem boas notas”, contou.
Ainda sem uma resposta definitiva, e aproximando-se o dia de regresso às aulas, a Íris corre o risco de frequentar o mesmo ano escolar.
“Maus modos”
Contactado pela RCV, a delegação do ministério da Educação da ilha reconhece a existência deste processo, mas refere que Ana Filipa Rodrigues tem procurado os serviços da delegação com “maus modos”, querendo falar apenas com a delegada quando já lhe foi indicada “mais do que uma vez”, a coordenadora da escola da ilha.
C/RCV