O presidente da Câmara de Comércio de Sotavento (CCS), Jorge Spencer Lima, acusou a TAP, companhia aérea portuguesa, de estar a explorar os cabo-verdianos, devido aos preços exorbitantes das passagens. “Scapa” pede ao Governo que agilize a operacionalização dos TACV.
O presidente da CCS, Jorge Spencer Lima, fez estas declarações, esta sexta-feira (3), à margem do Fórum Global sobre Investimento Turístico em África.
Segundo Spencer Lima a TAP está a aproveitar-se do facto de Cabo Verde estar sem uma companhia de bandeira para de “forma desavergonhada” explorar os viajantes cabo-verdianos, e quem precisa da companhia para se movimentar, com os preços exorbitantes praticados.
“Nós estamos, neste momento, com uma empresa estrangeira, a TAP, a praticar 1.700 a 1.800 euros para um voo de um percurso de três horas e meia. Isto é exploração dos cabo-verdianos. E isto está a acontecer porque a nossa companhia de bandeira está no chão e ninguém consegue levantá-la”, salientou.
Neste sentido, o representante do sector privado pediu ao Governo que tome as medidas necessárias para agilizar a operacionalização dos TACV.
“Eu estou confiante na retoma dos TACV. O problema é que estamos a andar lentos demais. Vamos ter que ter a nossa companhia, ainda que seja privatizada, mas vai continuar a ser nossa, porque é uma necessidade para um país arquipelágico com uma diáspora enorme. Portanto, temos de resolver essa questão da conectividade”, realçou Lima salientando a urgência para a reverter o quadro atual.
Quanto ao Fórum Global sobre Investimento Turístico em África, Jorge Spencer Lima mostrou-se satisfeito com os resultados e acredita que Cabo Verde está à altura de organizar encontros regionais.
“Hoje estamos a falar do turismo, mas amanhã falaremos de outra coisa, sobretudo neste momento de pandemia que nós estamos a achar que é fim da pandemia e início de uma nova época”, disse.
O II Fórum Global de Investimento Turístico em África foi promovido pela Organização Mundial do Turismo (OMT) e reuniu na ilha do Sal, mais de duas centenas de participantes, entre ministros do turismo do continente africano, observadores, corpo diplomático, investidores, representantes de instituições financeiras internacionais, altos dirigentes e especialistas de sectores público e privado e demais ‘stakeholders’ do turismo.
C/Inforpress