Na “Ilha do Monte Cara” foi descoberta a Variante N.2, da COVID-19 – a única detectada em África -, enquanto Santiago já regista a Delta, considerada a mais contagiosa estirpe do novo Coronavírus.
Estes dados foram divulgados, esta sexta-feira, 27, pelo técnico do Laboratório de Virologia do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) e ponto focal para a sequenciação de SARS-Cov 2 em Cabo Verde, Kevin Sanders.
Os dados, processados até Julho deste ano, foram apresentados durante um “Workshop” de Sequenciação Genómica da COVID-19 no País, realizado na Cidade da Praia.
Devido à falta de capacidade para fazer a Sequenciação, por causa dos reagentes, Cabo Verde tem enviado as amostras para o Instituto Pasteur, em Dakar (a Capital do Senegal), mediante o apoio da OMS (Organização Mundial da Saúde), que serviu, também, de oportunidade para a formação de um técnico do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde.
Das cinco remessas enviadas a Dakar, no período compreendido entre Outubro de 2020 a Julho de 2021, foram sequenciadas um total de 215 amostras, provenientes de sete ilhas, sendo 155 de Santiago; 23 de São Vicente; dez do Sal; 14 do Fogo; cinco da Boa Vista; quatro da Brava; e quatro de Santo Antão.
Como especificado por Kevin Sanders, no primeiro período – referentes a Outubro de 2020 a Fevereiro de 2021 -, foram sequenciadas 44 amostras, nas quais foram detectadas 12 linhagens, sendo “a primeira Variante de preocupação, a Alfa, em quatro amostras recolhidas na Ilha de Santiago”.
Sanders avançou, também, que os dados laboratoriais diagnosticaram a Variante N.2, que a nível de África apenas foi detectada em Cabo Verde, na Ilha de São Vicente.
Em relação ao segundo período – de Fevereiro a Abril de 2021 -, foram sequenciadas 51 amostras, com uma frequência da B-1 maior de 18 amostras, “com aumento de preocupação da Variante Alfa, de quatro para 16, resultado das análises realizadas nas ilhas de Santiago e Sal e a detecção de nove linhagens”.
Quanto ao terceiro período – o da maior taxa de positividade do País, assim como a de mortalidade -, os estudos revelam a existência de um aumento significativo da Variante Alfa, tendo sido detectadas quatro linhagens da Variante Alfa, nas ilhas de Santiago, Sal, Santo Antão e São Vicente.
Em relação ao quarto período – Maio de 2021 -, altura na qual “foram detectadas apenas duas linhagens – a B.1 e a Alfa -, foram sequenciadas 51 amostras, marcadas pela diminuição da Variante Alfa, detectadas nas ilhas de Santiago e Fogo, numa Época em que coincidiu com a diminuição da Taxa de Positividade e de Mortalidade
No quinto e último período – Junho/Julho de 2021 -, foram sequenciadas 16 amostras, que redundaram em três linhagens detectadas, das quais a segunda detecção da estirpe Delta, em quatro amostras, provenientes da Ilha de Santiago, com a particularidade de três destes exemplares virem de Portugal.
Ainda nesse período – vinca Sanders -, foi detectado, na primeira Variante de interesse, a Eta, proveniente de uma amostra de Santiago.
Considerando que “a resposta laboratorial tem sido fundamental na Vigilância Epidemiológica do Vírus e de suas variantes, em determinada Região ou País”, o INSP está convicto de que, “ao desvendar o histórico do Coronavírus, as autoridades e os investigadores podem adoptar as medidas adequadas, com vista a tentar conter a sua propagação”.
C/ Inforpress
