Após as acusações feitas pelo presidente da Câmara Municipal do Tarrafal, de que as intervenções da IGAE e da PN, no Festival de Peixe, foram motivadas por questões políticas, o inspetor-geral das Actividades Económicas justifica as ações com o incumprimento das normas contra a covid-19.
Paulo Monteiro, acompanhado por um representante da Polícia Nacional (PN), em conferência de imprensa realizada esta segunda-feira, 23, na cidade da Praia, refutou todas as acusações e explicou que a sua intervenção adveio do incumprimento de alguns compromissos assumidos pela Câmara Municipal na reunião de concertação, realizada quinta-feira,19.
Deste acordo, conforme indicou, era indispensável o controlo à entrada que devia ser limitada às pessoas com vacinação ou teste negativo à covid-19, número limitado de pessoas, que deviam permanecer todos sentados e com o devido distanciamento, o cumprimento das regras sanitárias e o encerramento das atividades às 24h00 de cada dia.
“A maioria desses compromissos não foram cumpridos. Basta olharem pelas fotos e pelos vídeos para verem que havia uma aglomeração enorme de pessoas. Só esse ponto dava para suspender de imediato. Houve um descontrolo total e tivemos que intervir”, elucidou, frisando também incumprimento do horário no primeiro dia do evento.
Paulo Monteiro apontou ainda que a IGAE consentiu a realização do festival, visto que seria um “evento gastronómico” que, por sua vez, tinha também um objetivo de incentivar à vacinação, e não um festival de música como acabou por acontecer, com atuações de diversos artistas e aglomerações de pessoas.
Por outro lado, afirmou que o presidente da Câmara Municipal do Tarrafal sabia da possibilidade da suspensão das atividades, já que do encontro da edilidade, Polícia Nacional (PN) e da Delegacia de Saúde, ficou acordado que caso não fossem cumpridos os compromissos assumidos o evento seria imediatamente suspenso.
“O senhor presidente da câmara devia, sim, acautelar, o seu cumprimento como assumiu em vez de enveredar por discursos políticos e de campanha, que em nada abonam num representante da reconhecida e pacata e humilde população do Tarrafal, para tentar atacar instituições idóneas com a Polícia Nacional e a IGAE”, disse, considerando despropositadas as declarações o edil tarrafalense.
A IV edição do Festival de Peixe do Tarrafal de Santiago foi realizada durante sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 respectivamente, com o segundo dia a ficar marcado pela intervenção da Polícia Nacional e da IGAE que apresentou um mandado, ordenando que o festival fosse cancelado.
O evento foi retomado depois de aproximadamente duas horas de negociação, mas ficou proibida a atuação de artistas no palco.
Em declarações à TCV, o edil tarrafalense confessou não entender o motivo da suspensão das atividades uma vez que, segundo disse, todos os requisitos sanitários exigidos estavam assegurados, e apontou a hipótese de motivação político-partidária.
C/ Inforpress