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Afeganistão: Europa quer evitar nova Crise de Refugiados

Líderes europeus querem evitar uma repetição da vaga de Refugiados de 2015. Alemanha, Grécia, França e Áustria falam a uma só voz, manifestando determinação em proteger as fronteiras externas e internas do Continente.

O vale de Panjshir (no Afeganistão) – de acordo com o portal pt.euronews.com -, permanece a única Região que, alegadamente, ainda resiste aos Talibãs,  que controlam aquele País do Sul da Ásia.
Aliás, o filho do comandante anti-Talibã, Ahmad Shah Massoud, já lançou um apelo à resistência.

Entretanto, as autoridades britânicas anunciaram,, este domingo, 22, que sete civis afegãos teriam perdido a vida no Aeroporto Internacional de Cabul – a Capital -, devido ao caos reinante.
O anúncio teve lugar poucas horas depois da chegada ao Reino Unido, de mais um voo, com funcionários governamentais e refugiados afegãos.

Para além do Reino Unido, Alemanha e Itália são alguns dos outros países de acolhimento.
Vários líderes europeus, contudo, querem evitar uma repetição da vaga de Refugiados de 2015.

Alemanha, Grécia, França e Áustria falam a uma só voz. manifestando determinação em proteger as fronteiras externas e internas do Continente.
Porém, o Presidente francês, Emmanuel Macron, já disse que  não cabe à Europa assumir as consequências deste conflito.

A mensagem de Macron foi repetida por vários políticos alemães, incluindo um dos principais candidatos das Eleições germâmicas, previstas para Setembro.
No Reino Unido, milhares de pessoas desceram às ruas, no sábado, para protestarem contra as novas Autoridades em Cabul.

Os manifestantes marcharam no Centro de Londres – a Capital do Reino Unido -, gritando palavras de ordem contra o Governo e o Primeiro-Ministro, Boris Johnson, pela forma como está a decorrer a retirada do Afeganistão.

Em Cabul, os novos líderes afegãos reafirmam que vão respeitar os Direitos das Mulheres e que não vão exercer represálias contra todos aqueles que colaboraram com as Forças Ocidentais.

Muitos, contudo, permanecem cépticos, por entre notícias de perseguições e violência contra antigos funcionários do Governo.

Caos e fuga

Em Cabul, a espera transforma-se em angústia para as dezenas de milhares de pessoas, que enchem o Aeroporto da Capital Afegã, à espera de um vôo que as possa levar para fora do País, depois da promessa deixada pelo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, de que todos os Norte-Americanos e todos os Afegãos que colaboraram com as forças dos EUA seriam retirados do Afeganistão.

Enquanto muitos tentam sair por ar, outros tentam escapar por terra, para o Posto Fronteiriço de Chaman – entre o Afeganistão e o Paquistão -, onde chegam milhares de famílias que não querem viver sob o Regime dos Talibãs. Isto apesar das promessas dos, agora, outra vez, donos do destino do Afeganistão, que prometem “um Regime mais suave” que o que vigorou antes da Invasão Norte-Americana.

O “Mullah” Abdul Ghani Baradar, co-fundador do Movimento Talibã, está em Cabul para conversações, tendo em vista a formação de um Governo, nas palavras do próprio, “inclusivo”.

Porta-de-entrada na Europa

Construído em tempo recorde para acolher refugiados do Afeganistão, o Centro Logístico da Base Militar de Torrejón de Ardoz, nos arredores de Madrid (a Capital de Espanha), recebeu, sábado, 21, Ursula von der Leyen.

A Presidente da Comissão Europeia visitou as instalações preparadas para acolher até um milhar de Funcionários Afegãos, que colaboraram com as Instituições Internacionais em Cabul, e onde permanecerão, três dias, até serem reencaminhados.

Von der Leyen apelou aos Países que participaram em missões no Afeganistão, para que “criem quotas de acolhimento, que permitam acolher, em conjunto, todos os que precisarem de protecção”.

Já o Presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, enalteceu o “orgulho sentido pelo País na realização desta tarefa e na distribuição de Solidariedade entre os Estados-Membros”, garantindo que podem contar com eles nos bons e nos maus momentos.

Apesar de na Europa estar tudo a postos para receber os Refugiados Afegãos, a principal dificuldades para quem é perseguido no Afeganistão, passa por chegar ao Aeroporto de Cabul. Os poucos que o conseguiram fazer vão chegando a conta-gotas, para começar uma nova vida.

Irmão do ex-Presidente jura lealdade aos Talebãs

O irmão do ex-Presidente afegão, Ashraf Ghani, Hashamt Ghani Ahmadzai, jurou a sua lealdade aos Talibãs, numa cerimónia realizada na Capital do Afeganistão, Cabul.

Hashamt Ghani, chefe do Grande Conselho de Kuchi (os Nómadas), no Afeganistão, não desempenhou nenhum cargo oficial durante os oito anos em que o irmão esteve no Poder.

A cerimónia foi registada num vídeo – a que a agência afegã, Khaama Press teve acesso -, em que se pode ver como Ghani jura lealdade ao Grupo, perante Khalil al-Rahman Haqqani, irmão do comandante Jalaluddin Haqqani (morto em 2018) e tio de Sirajuddin Haqqani, que, actualmente, lidera a Rede Haqqani, aliada dos Talibãs e relacionada com a Al-Qaeda.

Khalil Haqqani assumiu a chefia da Segurança de Cabul.

Hashamt Ghani não foi o único a jurar lealdade às Forças que reconquistaram Cabul, quase 20 anos depois de terem sido expulsas pelas Forças dos EUA e da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Antes do irmão do ex-Presidente, Ashraf Ghani, que fugiu do País antes da chegada dos Talibãs a Cabul, e vive, agora, no exílio, nos Emirados Árabes Unidos, também o governador da província de Cabul, Ahmadullah Alizai, e vários comandantes da Polícia Nacional prometeram cooperar com quem assumiu, agora, o controlo do País – avança a Agência Afegã.

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