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Afeganistão: EUA pedem a Talibãs que permitam acesso ao Aeroporto de Cabul

No Aeroporto Internacional de Cabul – a Capital do Afeganistão (na Ásia) -, o caos reina dia e noite. Do lado de fora, afegãos desesperados imploram às Tropas dos Estados Unidos da América (EUA) para entrar. Aliás, os  EUA e os seus Aliados têm advertido, persistentemente, aos Talibãs, de que “a passagem segura deve ser garantida a todos aqueles que desejem transitar para o Aeroporto”.

Vários países continuam a fazer sair do Afeganistão cidadãos nacionais e afegãos.

Em Washington (nos  EUA), o porta-voz do Departamento de Estado Norte-Americano, Ned Price – reporta o portal pt.euronews.com -, garantiu, quinta-feira, que os EUA, o G7 (Grupos dos Sete Países Mais Ricos do Mundo) e “mais de 100 países”, têm advertido, insistentemente, aos Talibãs de que “a passagem segura deve ser garantida a todos aqueles que desejem transitar para o Aeroporto” de Cabul.

Enquanto isso, no “Twitter”, o Presidente Joe Biden reiterou que “os Direitos Humanos devem estar no Centro da Política Externa” dos EUA, salientando que a questão não é periférica, mas que, no caso do Afeganistão, será tratada, doravante, através de Relações Diplomáticas e não através de “destacamentos militares”.

Vários relatos dão conta de cidadãos afegãos agredidos, enquanto tentavam aceder ao Aeroporto. No entanto, os Talibãs estão a autorizar as operações de evacuação dos Países Ocidentais, como moeda de troca do reconhecimento Internacional.

O recado foi deixado, no mesmo dia, por Zabihullah Mujahid, porta-voz dos Talibãs.

“A nossa exigência é que a América, a Europa e outros Países lidem connosco politicamente. Ficou provado, nos últimos cem anos, que lutamos contra os poderes e permanecemos de pé. Não aceitamos aqueles que falam com a força e não nos vamos render às armas. Vencemos a Tecnologia”, afirmou o representante dos Talibãs.

Chegada à Europa 

Um pouco por toda a Europa chegam, diariamente, desde domingo – altura em que os Talibãs tomaram Capital -, vôos com famílias, que conseguiram deixar Cabul.

Espanha está a coordenar a chegada dos afegãos que trabalharam para a União Europeia e que deverão, enquanto refugiados, ser encaminhados para outros Países.

Além da logística necessária para retirar milhares de pessoas daquele País da Ásia, alguns deputados europeus exortam os 27 a definir uma “Nova Estratégia” para o Afeganistão.

“A União Europeia precisa de uma nova abordagem para o Afeganistão e toda a Região. É preciso ter em conta as novas circunstâncias e o facto de outros actores globais, especialmente a Rússia e a China, estarem a tentar preencher o vazio Político no País. Temos de mostrar-nos unidos e trabalhar em estreita colaboração com os nossos parceiros e aliados para manter a Paz e a Segurança na Região”, afirmou David McAllister, deputado europeu cristão-democrata (da Alemanha).

Por seu turno, o chefe da Diplomacia dos 27, o espanhol Josep Borrell, exortou os Estados-Membros a evitar a repetição de incidentes e polémicas sobre a redistribuição de Migrantes.

“Vamos esperar que a operação de redistribuição funcione, e que não vamos, mais uma vez, mostrar as nossas diferenças e entrar em conflitos para ver quem cuida daquelas pessoas. Mas não podemos retirar todo o Povo Afegão do País. Temos que enfrentar a situação. E não basta dizer: ‘eles devem fazer isto ou aquilo’. O importante é o que nós podemos fazer”, afirmou Josep Borrell.

A Alemanha afirma ter identificado perto de dez mil pessoas, que poderão ser retiradas do Afeganistão. A chanceler Angela Merkel fez questão de acrescentar que se trata de um acolhimento “controlado” de pessoas “particularmente vulneráveis”.

A França evocou, em particular a protecção dos “defensores dos Direitos Humanos, artistas, jornalistas, e activistas”, sem avançar números concretos.
Vários países europeus temem que a situação no Afeganistão abra portas ao que chamam de “fluxos migratórios irregulares”, em direcção à Europa.

102 anos de Independência: entre protestos e fuga

 No País, há ainda quem resista Manifestantes afegãos desafiaram os Talibãs e mostraram a Bandeira Nacional, em vários protestos.

Quinta-feira, 19, assinalaram-se os 102 anos da Independência do Afeganistão, do Império Britânico. É a primeira comemoração da Independência, em duas décadas, com os Talibãs no Poder.

Desta vez, apesar do medo, o País testemunhou  protestos de civis.

Em Cabul, centenas de pessoas foram às ruas, desafiando a presença dos combatentes que guardam a Capital, que responderam aos protestos com violência.

Uma caravana de carros atravessou partes da Cidade, com uma gigantesca Bandeira tricolor, um acto impensável no período inicial do domínio dos Talibãs.

Manifestações semelhantes tiveram lugar, nos últimos dias, nas cidades de Jalalabad, Khost e Taleqan.

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