PUB

Sociedade

Mais de 900 casos de VBG registados só no primeiro semestre

Cabo Verde registou um total de 936 casos de Violência Baseada no Género (VBG) no primeiro semestre, o que corresponde a um aumento de 16,27%. A maioria é na ilha Santiago.

Os dados foram avançados nesta quinta-feira, 12, pelo diretor da Escola de Formação da Polícia Nacional, Gilberto Alves, durante a sua intervenção na cerimónia de abertura da formação sobre VBG, destinada a 25 agentes policiais.  

De acordo com aquela autoridade, a prevenção da VBG é uma das questões que tem ganho “cada vez mais centralidade” na agenda política do país, “onde as principais vítimas são mulheres e meninas”. 

Além disso, recorda que estas violências ocorrem em diversas etapas, que vão desde assédio sexual na rua, e no trabalho, passando pela violência doméstica até descambar na sua forma mais grave, o homicídio.  

“Em Cabo Verde, neste semestre, registaram-se 936 casos, acusando em termos absolutos um aumento de mais de 131 casos de VBG, correspondente em termos relativos de mais 16,27%, apontou.  

Contudo, os dados indicam que houve diminuição de crimes de VBG em 13 concelhos, como é o caso da Ribeira Grande de Santo Antão, Ribeira Brava, Tarrafal de São Nicolau, Boa Vista, Maio, São Lourenço dos Órgãos, São Salvador do Mundo, Santa Catarina de Santiago, São Miguel, Santa Catarina do Fogo, Mosteiros e Brava.  

Em contrapartida, registou-se um aumento destes casos nos concelhos da Praia, São Vicente, Porto Novo, Ribeira Grande de Santiago, São Domingos, Tarrafal de Santiago e Santa Cruz.  

Gilberto Alves avançou ainda que, no primeiro semestre, houve uma redução do número de homicídios. 

Foram precisamente oito homicídios, o que equivale a menos de 57,89%, tendo em conta que, no ano anterior, foram registados 19 crimes mortais contra mulheres.

As vítimas e os autores dos homicídios foram “na sua grande maioria” do sexo masculino e apenas duas do sexo feminino.

 Mesmo assim, aquele responsável relembra que existem ainda muitos casos ocultos e acrescentou que “as instituições públicas, designadamente o ICIEG, PN, PJ e a Procuradoria podem trabalhar no sentido de garantir o melhor atendimento suscetível de propiciar mais confiança das vítimas e, por esta via, contribuir para que novas violências não venham acontecer”.

Combater

Por sua vez, Rosana Almeida, presidente do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade Equidade do Género (ICIEG), agradeceu o engajamento e abertura da Polícia Nacional em ser o “maior parceiro” do ICIEG e disse esperar que os 25 agentes venham se juntar a outros tantos já formados, de modo a combater a VBG e contribuir para “uma diminuição considerável” de casos em Cabo Verde.

“É tarefa do ICIEG, da polícia, da sociedade, da família, da justiça e de todos nós”, afirmou Rosana Almeida, que considerou que o foco é ter um sistema que permita a articulação entre as autoridades competentes na matéria e que esta seja de forma “mais fluente” para que as respostas sejam “mais rápidas”.

C/ Inforpress

PUB

PUB

PUB

To Top