O novo presidente do Sindicato Nacional dos Professores (SINDEP), Jorge Cardoso, mostra-se “preocupado” com a “sobrecarga dos docentes” no novo ano lectivo.
Jorge Cardoso, que reagiu na sequência do anúncio das novas orientações para o ano lectivo, anunciadas pelo Governo, disse que o SINDEP não está de acordo com algumas dessas orientações.
De entre as decisões que não agradam ao SINDEP, o sindicalista falou particularmente da redução dos tempos para a administração das aulas em todas as disciplinas, com a excepção da Matemática e Língua Portuguesa, o que na sua perspectiva “poderá ter reflexo negativo na qualidade do ensino”.
“Está-se a fazer uma nova reforma sobre uma reforma. Todas as disciplinas com excepção da Língua Portuguesa e Matemática passarão a ter dois tempos lectivos semanais, que consideramos muito grave, para ter uma boa qualidade do ensino. Mais do que isso, nós estamos a ver uma sobrecarga de trabalho dos docentes”, disse.
Cardoso realçou ainda que estas novas medidas para o ano lectivo 2021/22, apesar de manterem os tempos lectivos, os professores vão ter trabalho a dobrar, porque irão ter mais turmas e mais números de alunos.
“Um professor que iniciou a função com 22 tempos lectivos e tinha uma atribuição de sete turmas, neste momento com oito tempos de redução lectiva, com 30 anos de serviço, volta a ter novamente sete turmas para fazer leccionação. De modo que, quando se faz essas reduções, aumenta o número de turmas e cada turma tem uma composição de 30 alunos. Significa que vai ter muito mais trabalho que não seja apenas o tempo de leccionação na sala de aula”, explicou, acrescentando que o trabalho dos professores não deve ser avaliado apenas pelo tempo em sala de aula.
1 de Setembro
O ano lectivo 2021/2022 inicia-se a 01 de Setembro, com a formação dos professores, estando o início das aulas marcado para o 13 do mesmo mês, anunciou a ministra da Presidência do Conselho de Ministros.
Em conferência de imprensa, para fazer o balanço da reunião do Conselho de Ministros, Filomena Gonçalves informou que o funcionamento do ano lectivo estará ainda condicionado pelos impactos da covid-19, “mas que vai ser adoptado o processo de regresso à normalidade”.
De relembrar que segundo o Conselho de Ministros, as aulas arrancam no dia 1 de setembro para os professores e 13 do mesmo mês para os alunos.
Desta vez, as aulas serão todas presenciais pelo que os alunos e professores deverão ir às aulas todos os dias, seguindo as regras das autoridades sanitárias, nomeadamente o uso de máscaras, distanciamento social, higienização das mãos entre outras.
C/Inforpress