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Santo Antão

Porto Novo: moradores das zonas altas desesperados com a falta de água 

A crise é antiga. Os moradores das zonas altas da cidade do Porto Novo, Santo Antão, continuam a passar por uma crise hídrica. Apesar das medidas corretivas tomadas pela edilidade com transporte de água em autotanques, as reclamações continuam. 

Zonas com até um ano sem água na rede, como Alto de São Tomé, têm registado um aumento da procura de água, como constatou o A Nação na zona. 

São pessoas com vasilhas na mão que, assim como os vizinhos, procuram água em outras casas ou nas zonas próximas.

Isto porque, segundo contam os moradores, não obstante a falta de água na rede, há uma ano, o serviço de abastecimento de água em autotanques não é eficiente. 

“Vamos comprar a água na Câmara Municipal e, muitas vezes, o camião não acerta com as nossas casas. Nós temos de parar tudo o que estamos a fazer para correr atrás do camião. E, muitas vezes, dado a procura, aguardamos muito, ou simplesmente ficamos sem água”, conta Maria Reis, moradora, ao A Nação.

Falta de reservatórios 

Os moradores que não possuem reservatório de água, e que são dependentes da água direta na rede, têm também passado por dias difíceis nas zonas altas. Mesmo com o abastecimento de água em autotanques, só conseguem encher poucas vasilhas.

A preocupação é também de quem trabalha e passa o dia fora de casa e não consegue abastecer os reservatórios, como conta Teresa Sousa. 

Dada a situação, os moradores pedem uma solução urgente para o problema de falta de água nas zonas altas, com especial atenção para Alto de São Tomé com um ano sem água na rede.

“Queremos que a rede seja melhorada o mais breve possível. Já não aguentamos mais. Se for preciso vamos reunir os moradores e vamos manifestar pelo nosso direito à água”, avança Rui Pina, também morador da zona alta.

Medidas corretivas 

Em entrevista recente ao A Nação, Irlando Ramos, vereador responsável pela água e saneamento,  avançou que medidas corretivas têm sido tomadas na rede, bem como transporte de água para reservatórios que é, posteriormente, distribuída por gravidade. A ideia, segundo o responsável, é fazer água chegar também ao Alto de São Tomé. 

Porto Novo possui uma rede de distribuição de água obsoleta, com vários anos, e só o projeto de água e saneamento de Santo Antão pode resolver o problema da falta de água.

A cidade está contemplada neste projeto com 25 quilómetros de tubagem, substituição de 8.500 contadores, 3500 ligações domiciliárias, 20 quilómetros de rede de esgotos  uma Estação de Tratamento de Águas Residuais e construção de 200 fossas sépticas.

A iniciativa é do governo, com o apoio do Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico de África, orçado em 1,2 milhões de contos, contudo está atrasado, devido a pandemia, como assegura a autarquia. 

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