Elisabete de Jesus, diretora executiva da Associação Cabo-verdiana para a Proteção da Família (Verdefam), evidenciou hoje, à margem da cerimónia de abertura da ação de formação intitulada “Vamos falar sobre a menstruação”, a importância de se desmistificar a primeira menstruação na adolescência e a necessidade de haver mais diálogo entre pais e filhos.
A ação de formação, promovida pela Verdefam, no âmbito de uma parceria com o Ministério da Saúde financiada pelo Fundo de População das Nações Unidas, é destinada a 25 adolescentes.
O objetivo, de acordo com a diretora executiva, passa pela sensibilização e capacitação dos adolescentes na faixa etária entre os 10 e 14 anos nas comunidades, com informações úteis sobre a menstruação, o sistema reprodutivo, prevenção do abuso sexual e entre outros.
“A Verdefam trabalha na sua componente social e da saúde e a temática da menstruação é pertinente, porque é uma questão que sempre abordamos e, este ano, no nosso programa de atividades, realizamos esta ação envolvendo adolescentes e durante o dia de hoje vamos preparar as adolescentes sobre como lidar com as mudanças emocionais e comportamentais na adolescência”, elucidou.
Segundo Elisabete de Jesus, a Verdefam já fez três intervenções com ações de formação em alguns concelhos do país sobre a menstruação, considerando ser importante que cada adolescente tenha conhecimento, adquira habilidades e esteja preparada para as mudanças que ocorrem no seu corpo.
Por este motivo, a mesma fonte explicou a necessidade de desmistificar a primeira menstruação na adolescência e de haver mais diálogo entre os pais e os filhos, acrescentando que a Verdefam quer, com esta iniciativa, capacitar as adolescentes para serem pares educadoras e realizarem atividades de sensibilização sobre esta temática nas suas comunidades.
“A menstruação ainda é um tabu, mas temos que desmistificar e avançar. Quando lançamos um olhar nas gerações anteriores muitas adolescentes tiveram sua primeira menstruação sem saber de nada, não entendiam nada sobre as transformações ocorridas no corpo, que cuidados devem ter em termos de higiene, a necessidade de procurar um profissional de saúde”, realçou.
Além disso, Elisabete adiantou ainda que a ação formativa é também focada na saúde sexual reprodutiva na vertente feminina aborda assuntos como a puberdade e as suas transformações, a menarca e o ciclo menstrual, os mitos e as verdades sobre o aparelho reprodutivo feminino e masculino e toda a sua implicação na puberdade, cuidados relacionados à higiene das meninas, bem como falar da campanha “Stop”: Não Toca no Meu Corpo” para prevenir o abuso sexual contra menores.
C/ Inforpress