Arlinda Medina, vice-presidente da Comissão Política do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), em São Vicente, exortou hoje ao presidente da câmara a apresentar a redistribuição dos pelouros à Assembleia Municipal (AM) e que prontamente assuma, também, as “consequências políticas” da votação.
A representante do PAICV falava em conferência de imprensa na sede do partido, em São Vicente, em reação à ameaça do presidente da câmara municipal, Augusto Neves, de profissionalizar os vereadores e de “redistribuir os novos pelouros para quem quiser trabalhar”.
Arlinda Medina protestou ainda, dizendo que “chegou o ponto em que a assembleia deve pronunciar-se sobre os desmandos do presidente”.
Para ela, “é inaceitável a forma como Augusto Neves vem governando a câmara, sem planos, sem ideias, sem ambição e com uma equipa muito reduzida, constituída apenas por ele e os dois vereadores que transitaram do mandato anterior”.
“A câmara de São Vicente, órgão executivo do município, não funciona”, porque o presidente “não respeita as deliberações saídas das reuniões”, criticou.
A mesma fonte explica ainda que, desde a tomada de posse dos vereadores, no dia 18 de Novembro de 2020, “a câmara já deveria ter realizado 13 sessões, mas só foram realizadas seis, sendo uma convocada por um vereador do PAICV”.
Arlinda Medina continua expondo que foram “solicitadas seis reuniões extraordinárias pelos vereadores do PAICV e da UCID, à luz do Estatuto dos Municípios, mas nenhuma delas se realizou porque Augusto Neves não compareceu”.
Recorde-se que nesta segunda-feira, 12, o edil mindelense ameaçou retirar os pelouros e tempos aos vereadores, eleitos pelos outros partidos, justificando tal decisão com a “falta de confiança para com os autarcas”.
“Os que quiserem trabalhar, da forma como as coisas estão orientadas e estruturadas, nós não temos problemas em trabalhar com ninguém. Agora os que querem outras coisas e outros pelouros, quando isso já foi distribuído uma vez, obviamente que vou ter que retirar-lhes os pelouros”, disse Augusto Neves.
C/ Inforpress