A presidência cabo-verdiana da CPLP “cumpriu a sua missão”. É assim que o ministro dos Negócios Estrangeiros, cooperação e Integração Regional , Rui Figueiredo Soares reage ao término da presidência cabo-verdiana da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
“A presidência cabo-verdiana, não obstante, a pandemia da covid–19, vem cumprindo o seu programa”, afirmou o governante, que reconheceu que “não tem sido fácil”, por causa das limitações que o vírus impôs à circulação de pessoas não só no espaço da Comunidade, mas em todo o mundo.
“Graças à tecnologia e ao profissionalismo dos técnicos da CPLP e dos Estados-membros, através de plataformas virtuais, foi possível assegurar as reuniões estatutárias da organização e as concertações a todos os níveis: político-diplomático, cooperação, incluindo a promoção e a difusão da língua portuguesa”, precisou Rui Figueiredo Soares.
A presidência cabo-verdiana regozija-se com o facto de ter levado à consideração da Cimeira de Luanda o projeto de Acordo de Mobilidade na CPLP, um “instrumento que, tendo presente a diversidade do espaço e a particularidades internas de cada Estado-membro, institui uma base para a criação progressiva de condições que visem a facilitação da mobilidade entre os países que compõem a CPLP”.
“Trata-se de um projeto ousado e, obviamente, necessário para uma organização que se quer integrada num ambiente global marcado pela competitividade e aspiração cada vez maior a livre circulação de pessoas e bens, imperativos da economia global”, sublinhou o ministro.
Instado a pronunciar-se sobre alguns posicionamentos de que o Acordo de Mobilidade, além de ser “limitado” é, também, “classista”, assegurou à Inforpress que não pretendiam um acordo que fosse “óptimo”, mas sim um “bom acordo que constitui uma excelente base de partida” e que, eventualmente, as críticas possam ser tidas em conta e, no futuro, “os Estados-membros possam alargar ainda mais o Acordo de Mobilidade”.
“Não é um acordo óptimo. É um acordo bom que cria todas as condições para dar-nos mais espaços… e não imaginam o quanto foi difícil para a presidência pro tempore de Cabo Verde conciliar os diversos interesses e as diversas posições dos Estados-membros”, admitiu Figueiredo Soares, acrescentando que foi conseguido este “feito histórico”, o qual “marca indelevelmente a presidência cabo-verdiana e a própria CPLP nestes seus 25 anos”.
A conferência de mais alto nível da CPLP realiza-se este sábado em Luanda.
C/Inforpress