O presidente da república, Jorge Carlos Fonseca, considera que a celebração da independência nacional é o momento para se refletir sobre o tempo e as mudanças alcançadas ao longo dos 46 anos.
O mais alto magistrado da nação discursava, esta segunda-feira (5), durante a sessão solene de comemoração da independência nacional.
“A cada dia 5 de Julho, o momento oferece-nos a oportunidade para refletirmos, para um olhar profundo sobre o tempo e a sua passagem e aquilo que mudou a nossa volta, ou seja compreender como era a realidade, como ela é hoje e o porquê dessa mudança. Isso leva-nos a pensar que na base da nossa coesão como povo e como nação está a consciência histórica e essa coesão é reforçada pela experiência comum, como o de estarmos hoje aqui”, disse Jorge Carlos Fonseca.
Durante o seu discurso, o presidente da república manifestou orgulho pela celebração da efeméride enquanto chefe de estado e destacou o seu compromisso com a cultura da constituição.
“Celebrar datas importantes é também fazer história. Por norma celebramos o triunfo sobre as adversidades e as nossas conquistas e abrimos uma janela maior sobre o presente. Durante os dois mandatos em que tive a honra de exercer o cargo de presidente da República, procurei assumir com rigor a máxima na qual a constituição deve ser o caderno de encargos do presidente. Em todas as situações procurei não me afastar desse compromisso e simultaneamente promover a cultura da constituição.
Jorge Carlos Fonseca aproveitou o discurso para reforçar que o sistema democrático, enquanto melhor sistema que serve o país precisa ser aperfeiçoado.
“A este aspecto deve-se conceder uma importância muito particular, pois parece ser a expressão da consciência da natureza inacabada do processo democrático, num contexto em que ameaças muito concretas pairam sobre a democracia em diversas partes do mundo”.
Segundo este responsável, a actual onda de populismo está a ganhar espaço através da sedução de jovens com responsabilidades políticas. “Alimenta-se não apenas das naturais limitações dos sistemas democráticos, mas, também há que reconhecê-lo, do seu mau uso”, acrescentou.
Jorge Carlos Fonseca fez hoje o seu último discurso na sessão solene comemorativa do 5 de Julho. Manifestou a sua gratidão, por ter representado o país ao mais alto nível ao país e reforçou o seu compromisso para tudo fazer para o bem do país e para que seja uma nação de “liberdade, uma democracia avançada, um país justo e desenvolvido”.