O comunicado do Governo, emitido nesta quarta-feira à tarde, garante que vão haver melhorias das condições salariais para vigilantes de segurança privada. Contudo, os sindicatos, desacreditados, consideram avançar para greve caso as suas reivindicações não forem atendidas.
O presidente do Sindicato Nacional dos Agentes de Segurança Privada, Manuel Barros, em reação ao comunicado do Governo, à RCV, classifica como manobra a reacção do Governo, e garante que hoje mesmo entrega um pré-aviso de greve para julho.
“Se não nos derem algo de concreto nós avançaremos com a greve. Mas eu considero que isso não passa de uma manobra, tanto do Governo como das outras autoridades na área. Vejamos, no dia 18 eles encontraram-se e o sindicato tinha uma manifestação agendada. E logo o Governo surgiu com o comunicado”, explicou.
“Nós temos greve agendada para os dias 14, 15 e 16 de julho. Vamos entregar pré-aviso de greve e, caso não forem atendidas as nossas reivindicações, nós avançaremos com a greve”, avisou Manuel Barros.
Por outro lado, o presidente do SISCAP, Sindicato da Indústria, Serviços, Comércio, Agricultura e Pesca, diz-se empenhado por melhores condições salariais para os vigilantes. Eliseu Tavares garante que 30% dos vigilantes já disfrutam dos seus salários de acordo com a grelha salarial. A mesma fonte avança ainda que exigir tudo de forma imediata pode ser uma decisão perigosa.
“Estamos a fazer um esforço para que o problema da grelha salarial seja ultrapassado, o mais rápido possível, ou seja, que a curto prazo todos os vigilantes estejam a receber de acordo com a grelha, porque não podemos contentar com apenas 30% dos vigilantes. Temos de trabalhar, aos poucos, para que não haja ruptura. Não queremos correr o risco de perdermos postos de trabalho”, disse.
O comunicado anuncia que o Governo vai reforçar nas próximas duas semanas as orientações junto dos serviços de empresas públicas para o cumprimento do acordo coletivo de trabalho e a Associação Nacional das Empresas de Segurança Privada vai pedir mais engajamento das empresas na implementação da grelha salarial.
C/RCV