“Leite de Tribunal”, da antropóloga cabo-verdiana, Celeste Fortes, é um dos sete escolhidos da MiradasAfro, um novo espaço de formação dirigido a documentaristas africanos e afro-descendentes, incluído no Festival Internacional de Documentários das Canárias, MiradasDoc.
O objetivo, segundo Celeste Fortes, é trabalhar esses projetos numa fase embrionária para que as suas apresentações possam se qualificar para mercados, festivais e produtores internacionais.
Segundo a mesma fonte, até ao dia 25, os seis selecionados vão receber uma formação online, com o intuito de trabalhar a ideia dos seus projetos, “de forma mais aprofundada”, para torná-los “mais realizável possível de ser filmado” e contado do ponto de vista cinematográfico.
“Está a ser muito interessante porque ajuda-me a ver a minha ideia a transformar-se num filme, colocando-o no papel, e ao mesmo tempo ver como construir as cenas, como contar as histórias que têm as regras do documentário, que é um início, o clímax a resolução do problema”, explica Celeste Fortes.
“Leite de Tribunal”, de uma forma resumida, conforme a ‘dona do projeto’, pretende trazer para a esfera pública a questão da pensão alimentícia dos filhos em Cabo Verde que, muitas vezes, é resolvida quando as mães recorrem à justiça para exigir que o progenitor cumpra com as suas obrigações. O documentário será filmado com a produtora Korikaxoru film.
Apesar de não ter formação na área de cinema, Celeste já apresentou o documentário “Bidon: Nação Ilhéu”, em parceria com o realizador Edson Silva.
Além de Celeste Fortes, Cabo Verde é representado no MiradasAfro pelo projecto “Sakudi”, de Lolo Arziki.
Também foram selecionados projetos de Argentina, Colômbia, Paraguai, Venezuela e Moçambique.
C/Inforpress