A Associação Empresarial de Cabo Verde, sediada na ilha do Sal, pediu, hoje (08), ao Governo a continuidade das medidas políticas de apoio e proteção, como lay-off e moratórias às empresas, até uma retoma real do turismo.
Andrea Benolli, em representação Associação Empresarial de Cabo Verde, fundamenta a solicitação por forma a garantir um “ciclo financeiro positivo” às empresas.
“Para que estejam em condições de pagar aos funcionários e dívidas de forma compatível com os pagamentos dos serviços e produtos vendidos”, explicou.
A associação empresarial, que representa mais de 200 associados, pretende manter um diálogo com o Executivo, os operadores económicos e a banca nacional, pois, sem uma regulação gradual das políticas de suporte, as empresas poderão não cumprir com as obrigações pendentes.
“Trazendo-as de volta à crise de liquidez e nos casos mais graves, ao seu encerramento”, alerta.
O mesmo diz que “administrar a recuperação da economia com a retoma do turismo pode parecer fácil e óbvio, mas não é de todo”.
Para Benolli, a recuperação económica das empresas depende, por exemplo, das matérias-primas, cuja liquidez necessária para adquiri-las não é garantida, nem mesmo com um novo endividamento dado o “risco atualmente percebido” pelo sistema bancário sobre os “cenários futuros e incertos”.
Quanto às faturas de vendas das empresas, depreende que “não serão pagas imediatamente”, já que as firmas não terão os recursos para recomeçar com o pagamento, imediato, das obrigações fiscais e outras.
“O problema é obviamente global e não diz respeito apenas às empresas cabo-verdianas. Quase todos os países da Comunidade Europeia já disponibilizaram apoios públicos através de garantias, para poderem reduzir a taxa de juro e alargar o prazo de reembolso, especialmente para dívidas contraídas na era pré-pandémica”.
Para Andrea Benoll, mais medidas políticas de apoio e proteção resultariam numa “diminuição acentuada” do valor da prestação periódica. O que, a seu ver, salvaguardaria o sistema bancário e o cumprimento do rácio de capital e permitiria às empresas reposicionarem-se no mercado, com um sistema financeiro focado em produtos específicos relacionados à “tesouraria corporativa”.
Esta intervenção, garante, “poderá também ser decisiva para proporcionar liquidez imediata às empresas, permitindo-lhes pagar as suas dívidas aos mesmos bancos e pagar aos empregados, ao Estado e aos fornecedores”.
Esperançada na retoma do turismo, a associação faz um apelo para que juntos, o Governo, as Finanças e as empresas, possam encontrar as melhores soluções e recuperar a economia do país.
C/Inforpress