A Rede local da Associação de Crianças Desfavorecidas (ACRIDES), em São Vicente, deu início, na manhã desta quinta-feira (27), a uma campanha de combate contra o tráfico de seres humanos e particularmente crianças.
A campanha visa sensibilizar a sociedade civil, de forma geral, sobre a temática do tráfico de seres humanos em Cabo Verde e no mundo, explicou a coordenadora da rede local da ACRIDES, Joana Costa.
A ação, que decorreu esta manhã, no Mindelo, e que já aconteceu noutros pontos do país, teve início com a distribuição de mensagens pelas crianças da escola Aurélio Gonçalves. Entre as instituições visitadas estavam a polícia Nacional e Judiciária, o Tribunal da Relação de Barlavento, a Procuradoria da República, o Tribunal, a Câmara Municipal e a delegação escolar.
“São mensagens que chamam a atenção da sociedade para a causa do tráfico de seres humanos porque não se fala dessa temática no nosso dia a dia, mas, é uma realidade nos acerca”, observou a coordenadora, que adiantou que a associação irá continuar com ações de sensibilização durante o mês de junho.
A escolha de crianças para serem as portadoras desta mensagem deveu-se ao facto de a campanha ter iniciado, em outras ilhas do país, no dia 25 de maio, data em que se assinala o dia da criança desaparecida.
Segundo Joana Costa, uma criança é um ser em construção, por isso, são elas mesmas a despertar nas pessoas a necessidade de serem protegidas e para poderem ser adultos saudáveis.
A coordenadora de rede local da ACRIDES, acrescentou que esta sexta-feira a associação tem prevista uma conversa aberta na comunidade piscatória de São Pedro. Lá, irão alertar para algumas situações em que as pessoas podem, involuntariamente, “serem cúmplices” de um crime de tráfico de seres humanos, “sem terem essa noção”.
Conforme Joana Costa as populações devem estar sempre atentas a pequenos sinais que podem ser potencialmente perigosas.
“Apelo à população para estar atenta a pequenos comportamentos que podemos achar insignificantes, mas, que podem prejudicar as crianças”.
Relativamente à questão do desaparecimento de crianças, continuou a coordenadora, ao afirmar que “sempre há algo que pode ser feito”.
“Por exemplo, estarmos atentos às pessoas estranhas na nossa comunidade, ao comportamento dos vizinhos e ser um cidadão ativo na nossa comunidade e quando repararmos um comportamento que não nos parece bem, acionar as autoridades competentes”.
“Temos tido crianças a desaparecer nos últimos tempos e até hoje não se sabe onde elas foram e nem como desapareceram, então cada um de nós tem um papal fundamental para ajudar a proteger as nossas crianças”, concluiu a coordenadora.
C/RCV