A lixeira municipal de São Vicente, localizada em Ribeira de Julião, está avançando para a área florestal.
O alerta foi dado pelo presidente da Associação Amigos de Natureza (AAN), Aguinaldo David, à Inforpress, por ocasião do Dia Mundial da Biodiversidade, que se celebra este sábado (22). Este responsável criticou ainda a “inoperância das autoridades” face ao desrespeito pela biodiversidade.
Segundo informações avançadas pelo presidente da Associação Amigos de Natureza, a área destinada à lixeira municipal de São Vicente “está a avançar a passos largos, quase que quadruplicou”, e que “há árvores em pé soterradas pelo lixo”.
Por causa disso, Aguinaldo David pediu “sensibilidade” para com a questão da biodiversidade e criticou as autoridades que, apesar de “terem conhecimento desses actos que destroem a biodiversidade da ilha, continuam inoperantes”.
Adiantou que em São Vicente existem umas áreas florestais que estão sujeitas a uma lei, o que significa que qualquer intervenção nesses locais deve merecer um pedido ao Ministério do Ambiente,
Este, por seu lado, é que vai analisar e em função de um parecer técnico ou, em casos mais exigentes, de um estudo de impacto ambiental, autorizar ou não a intervenção. “Mas na prática isto não tem acontecido e se formos ver em toda a zona industrial que vai da Galé até ao Lazareto todos os dias surgem estaleiros de obras e fábricas e as pessoas desmatam sem qualquer observância da lei que diz que quem desmata uma área deve pagar uma taxa para que seja reflorestada uma área idêntica àquela que desflorestou”, lembrou o responsável.
Mas, conforme a mesma fonte, isso não tem sido posto em prática devido à “inoperância das autoridades” nesta matéria.
“Existem leis para a fiscalização, nós é que falhamos na sua implementação”, criticou.
O mesmo lembrou que a zona da Galé tinha “um dos maiores e mais ricos povoados de tarafes de Cabo Verde”, uma espécie de árvore indígena, mas que “não conseguiu sobreviver à saga da construção civil e à avalanche dos camiões de extracção de areia”
A NAÇÃO c/ Inforpress