A taxa de penetração de internet em Cabo Verde ronda os 80 por cento (% ) e está quase 20% acima da média mundial.
A informação é avançada pelo presidente da Agência Reguladora Multissectorial da Economia (ARME), Isaías Barreto da Rosa, em declarações à Inforpress. no quadro da celebração do Dia Mundial das Telecomunicações e Sociedade Informação, também conhecido como dia da Internet, que se assinala a 17 de Maio.
“Ao nível do continente, a taxa de penetração de internet ronda dos 43%, a média mundial ronda os 61% a 62% e em Cabo Verde temos uma taxa de penetração que ronda os 80%”, precisou, indicando que o país está num patamar “interessante” nesta matéria.
Conforme este responsável, em Cabo Verde há uma taxa de penetração do 3G que já ultrapassa os 94 a 95%, e a taxa de 4G ronda os 80%, criando uma “boa dinâmica”, que precisa, no entanto, de ser complementada com melhorias em termos de cobertura geográfica, de forma a cobrir todo o território nacional.
Isaías Barreto da Rosa salientou também a necessidade de se trabalhar na perspectiva de massificação ainda do acesso, e, sobretudo, na questão dos preços.
“Nós precisamos de facto fazer com que os preços estejam ainda mais próximos do poder de compra das nossas populações”, disse, adiantando que neste momento são pagos por cada gigabyte de dados em média 500 escudos, montante que, segundo disse, é superior a vários países africanos, como Guiné Conakry, Côte d’Ivoire e Nigéria.
No entanto, indicou que há a iniciativa governamental de transformar a internet como um bem essencial, à semelhança de electricidade e água, e que na sua perspectiva poderá dar um contributo importante. Por outro lado, referiu-se à “boa vontade” que vem sendo demonstrada pelos operadores.
Isaías Barreto acredita que os investimentos que estão a ser realizados, nomeadamente no Cabo Ellalink, que brevemente vai entrar em operações, contribuindo para melhorar a situação do país em termos de conectividade internacional e redundância na rede, vai ajudar nessa redução de preços e na massificação de acesso, que se pretende.
“Durante esse período de pandemia, houve um aumento exponencial no que diz respeito à utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação, muita gente começou a trabalhar a partir de casa, estudando a partir de casa e precisamos de um preço social das linhas de acesso à internet como, aliás, já acontece em outras paragens”, realçou.
Enquanto reguladora, adianta que a ARME está a trabalhar na criação de um ambiente que estimule a concorrência no mercado e que crie as condições para que os preços possam ser reduzidos do ponto de vista comercial.
“Ou seja, de ter um ambiente mais concorrencial e que permita aos operadores produzir e disponibilizar os produtos a um custo menor”, sustentou.
Neste sentido, falou igualmente na implementação de um conjunto de obrigações aos operadores, nomeadamente as ofertas de referência aos circuitos alugados, oferta de referência sobre circuito internet, banda larga grossista.
O presidente da ARME acredita que dentro de três a quatro meses esse processo estará concluído, criando condições, no mercado, para se ter essas obrigações impostas pela entidade reguladora, que contribuirão, de facto ,para que os operadores estejam em condições de praticar preços ainda mais concorrenciais.
O Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade de Informação é celebrado este ano sob o lema “Acelerar a transformação digital em tempos desafiadores” e para assinalar a data a ARME promove uma webinar, tendo como tema combater o fosso digital para construção da resiliência social na era pós-covid-19”.
A efeméride, criada em 1865, procura incentivar ações que chamem a atenção das pessoas para as mudanças que acontecem com a internet e outras formas de telecomunicação e alerta para a necessidade de acabar com a exclusão digital e promover a segurança na internet.
C/ Inforpress