Com a promessa de que a transferência seria realizada em breve, em um mês, muitos doentes enviaram os seus pertences para a ilha de São Vicente, vivendo agora, depois de três meses, em situação precária.
Muitos dos doentes do barlavento, que estão na cidade da Praia, a fazer hemodiálise, não contam com nenhum familiar na ilha de Santiago que possa oferecer ajuda.
Um dos pacientes ouvidos pela RCV, falou sobre o seu descontentamento e da sua situação. Contudo, para salvaguardar, preferiu não se identificar.
“Os enfermeiros e os médicos tratam-nos muito bem. A única coisa que nós queremos é estar perto da família. Eu já conto com cinco anos aqui e não tenho nenhum familiar. Quando não tínhamos outra solução, estávamos conscientes, era aqui que tínhamos de tratar. Mas agora, em São Vicente tem um centro de hemodiálise e queremos regressar à nossa terra”, apela.
Além disso, muitos, após serem informados que a viagem seria para breve, enviaram os seus pertences para a ilha de São Vicente.
“E desde a época não disseram mais nada. Ficamos aqui à espera e estamos à espera de feedback. Já não temos materiais para cozinhar, tem pessoas que estão a dormir em colchões no chão. As pessoas não têm nada em suas casas. E ninguém nos dá alguma informação”, conta o paciente.
Segundo a mesma fonte, no início do ano, os primeiros pacientes foram transferidos para São Vicente e asseguraram que em um mês os outros seriam também enviados para Mindelo, para fazer tratamento. Três meses depois, ainda se encontram à espera.
Este paciente calcula que estão nesta condição cerca de 40 pacientes oriundos de várias ilhas do barlavento e apela à intervenção de quem é de direito, para que possam, ao menos, suportar a doença ao lado da família.
C/ RCV