O músico maense Adê e o estudante universitário Shilvan da Costa lançaram um documentário que retrata a história da “tabanka”, da ilha do Maio, intitulado “Tabanka di Nós”. A película, de 20 minutos, conta com depoimentos de dez “conhecedores” desse património cultural e testemunhos dos intervenientes da tabanca do Maio. O documentário foi lançado no canal do Youtube do artista, residente em Barcelona.
O músico maiense Adê juntou-se ao estudante universitário Shilvan da Costa e produziram “Tabanka di Nós”, um documentário, que retrata a história desse movimento cultural cabo-verdiano através de entrevistas com personagens relevantes da tabanca da ilha do Maio.
Ao a Nação online, Adê explicou que a ideia de produzir este documentário surgiu no contexto de produção das faixas do seu próximo álbum, que também irá retratar a tabanka, um movimento cultural presente em Cabo Verde, nas ilhas de Maio e Santiago.
“A ideia surgiu quando eu estava produzindo uma das faixas do meu próximo álbum, que retrata a tabanka com a participação de Tibau Tavares. Ao investigar sobre a história desse movimento cultural, deparei-me com muitas informações desencontradas. Então, convidei o meu sobrinho Shilvan para coletar, junto comigo, depoimentos, em formato audiovisual, de pessoas que viveram e vivem essa manifestação em âmbito local”, explicou o jovem artista natural do Maio, que reside em Barcelona.
Foi neste sentido que os dois jovens, embarcaram na “tabanka do Maio”, baseando-se em entrevistas “profundas”, com personagens deste movimento cultural para “matar” as suas curiosidades mas também para enriquecer a história da cultura da ilha e de Cabo Verde.
Património e história
O resultado final foi uma narrativa cronológica verbal sobre os primeiros registos que se tem sobre a tabanka na ilha do Maio, o seu desenvolvimento e como essa manifestação cultural se encontra hoje.
“O Dia de Santa Cruz, celebrado localmente no dia 3 de Maio, é uma data muito importante, afinal, a tabanca foi considerada durante muito tempo no seio da comunidade religiosa e política como algo ‘pejorativo’”, constatou Adê.
Para este artista que costuma retratar nas suas composições as vivências da sua ilha natal, a tabanca precisa ser revisada e reestruturada tanto pelos órgãos competentes quanto pela sociedade, de modo a ser mais valorizada.
“Até porque ela já foi um motor importante para o turismo local. Tanto os entrevistados, como nós que ouvimos esses depoimentos, temos a consciência de que precisamos resgatar essa parte crucial para a nossa cultura e identidade maiense”, salienta.
O documentário “Tabanka di Nós” tem a duração de 20 minutos e está disponível no canal do Youtube do Adê desde ontem, domingo, 9 de Maio.