As receitas do estado de Cabo Verde caíram globalmente 31,1% até Fevereiro, face ao mesmo período de 2020, totalizando 45,6 milhões de euros, devido às consequências económicas e sanitárias da pandemia da covid-19, segundo dados do Ministério das Finanças.
De acordo com os dados do relatório síntese da execução orçamental até Fevereiro, este desempenho, resulta essencialmente da queda na arrecadação de impostos directos, menos 35,5% e dos impostos indirectos menos 30,3%, embora com claras melhorias face aos dados de Janeiro, enquanto as receitas de segurança social cresceram 3,4% face aos dois primeiros meses de 2020.
Assim as receitas totais da administração central cabo-verdiana atingiram até Fevereiro mais de cinco milhões de escudos, enquanto as despesas acutadas caíram 2,2% face ao ano passado para mais de 7 milhões de escudos.
Nas receitas o imposto sobre o rendimento das pessoas singulares caiu até Fevereiro 23,4%.
A variação da arrecadação deste imposto face ao período homólogo advém do facto de até ao mês de Fevereiro do ano passado a pandemia da covid-19 ainda não tinha chegado a Cabo Verde, pelo que as receitas ainda não registavam o impacto da pandemia, contrariamente a Fevereiro de 2021, conforme se lê no relatório.
Nos impostos indirectos o IVA caiu 34% até Fevereiro, em termos homólogos para mais de um milhão de escudos.
Sem turismo há praticamente um ano, devido a pandemia da covid-19, sector que garante 25% do PIB do país, Cabo Verde registou uma recessão histórica de 14,8% em 2020.
O PIB caiu para mais de 164 milhões de escudos e as contas públicas registaram um défice estimado de 9,1% do PIB.
C/ RCV