Várias personalidades já reagiram à notícia do falecimento, esta quinta-feira, no Mindelo, do ex-político, diplomata e escritor Onésimo Silveira aos 86 anos.
O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, recordou o ex-político como uma grande figura de Cabo Verde e uma personalidade marcante em vários domínios na atividade política, que participou dos grandes momentos da história de Cabo Verde. Desde a luta pela independência à luta pela democracia e autarca defensor da descentralização e da autonomia do poder locar e uma figura de proa como intelectual.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, destacou o seu percurso e lamentou a “grande perda para Cabo Verde e para o Mundo” de mais uma grande figura “política e democrata” de São Vicente. E diz que a edilidade tudo fará para honrar Onésimo Silveira.
Para Dora Pires, presidenta da Assembleia Municipal de São Vicente, foi com muita dor e tristeza que recebeu a notícia do passamento do ex-político, que foi “a nível das ciências políticas, o único que fez a sua luta em prol da liberdade e da democracia em Cabo Verde”.
Também Albertino Graça, reitor da Universidade do Mindelo, da qual Onésimo Silveira recebeu o título de “Doutor Honoris Causa” diz que todos os sanvicentinos, em particular, e os cabo-verdianos, em geral, devem prestar-lhe uma “última homenagem merecida, nesta hora de muita dor”.
Defensor dos interesses de São Vicente
Já o ministro da Cultura, Abraão Vicente, destacou o percurso “único” entre a cultura e a política de Silveira, que influenciou várias gerações, ma medida em que foi o “inventor da idiossincrasia” que o mindelense se posiciona na cena política cabo-verdiana.
A nível político, foi um “defensor intransigente” dos interesses de São Vicente, é como José Faria recorda este “companheiro de luta” e que por isso teve alguns desafetos com aqueles que não alinhavam com essa postura. Enquanto um homem da cultura, Faria lembra o poeta como alguém que, sobretudo, soube “cantar São Vicente e Mindelo”.
Já Francisco Carvalho, presidente da Câmara Municipal da Praia, endereçou as condolências à família, bem como, a todos os cabo-verdianos. Pois, “o malogrado era um cidadão do mundo” e um pensador que esteve em várias frentes de combate “em várias horas e em vários momentos” e, conforme Carvalho, o país precisa de “pessoas na linha da frente e que travam combates”.
Para o jornalista José Vicente Lopes, autor da obra “Onésimo Silveira: Uma vida, um mar de histórias”, apraz-lhe recordar a forte personalidade de uma figura que discutia sempre com frontalidade e, às vezes, adotando posições controversas, no entanto, um grande cabo-verdiano, “goste-se ou não daquilo que ele representava”.
A União Caboverdiana Independente e Democrática (UCID), na voz do seu vice-presidente, João Santos Luís, diz que lamenta a perda “daquele que deu foi um grande presidente de Câmara e um grande político” e que foi com muita tristeza e consternação que recebeu a notícia da perda.
Onésimo Silveira foi o primeiro presidente da Câmara Municipal de São Vicente, em democracia, fundou o Partido do Trabalho e da Solidariedade e do movimento cívico Espaço Democrático, foi diplomata e candidato a presidência da República. Faleceu, hoje aos 86 anos, vítima de doença prolongada.
C/RCV