Presidente da Câmara do Turismo de Cabo Verde, Gualberto do Rosário, defendeu, hoje na ilha do Sal, um plano de resgate financeiro às empresas, no período pós-moratória, para evitar que se asfixiem financeiramente.
A Câmara de Turismo, liderada por Gualberto do Rosário, aponta a necessidade de um diálogo, ao nível da Concertação Social, entre o Governo e os seus parceiros, para que, dessa forma, encontrem soluções que ofereçam o “conforto necessário” para que as empresas possam operar sem despedimentos e continuem os seus negócios, particularmente no período pós-moratória.
“E o país retomará a dinâmica de crescimento económico que conheceu num passado recente, antes da crise pandémica”, ponderou do Rosário.
As empresas aderiram às moratórias, que funcionaram como uma garantia de assegurarem os seus rendimentos e o salário dos trabalhadores, com os custos sociais a serem assumidos pelas empresas e pelo Instituto Nacional da Providência Social (INPS).
Gualberto do Rosário lembra que empresas aderiram à moratória num contexto de “imensas dificuldades”. E que parte delas não estariam em condições de cumprir com os compromissos assumidos, pois deixaram de faturar, ou viram uma redução substancial nas receitas, por vários motivos.
Designadamente, pelos efeitos indirectos que a quebra do sector do turismo, da dinâmica do turismo provocou nessas empresas. Embora, a Câmara de Turismo veja a moratória como um “paliativo inteligente, bem concebido”, que permitiu o país manter os equilíbrios sociais “aceitáveis”.
Ainda assim, lembra, há que ter em conta que as empresas que aderiram à questão de moratória, relativamente ao pagamento das próprias dívidas, que estas mesmas dívidas foram conhecendo volumes cada vez maiores, resultante da acumulação dos juros.
“O que, para a maioria esmagadora das empresas, fica difícil honrar esses compromissos mesmo querendo”, alertou o presidente da Câmara de Turismo, considerando, por outro lado, que sem empresas minimamente saudáveis, a retoma não será possível.
A retoma, conforme Gualberto do Rosário, não é consequência apenas da retoma do mercado turístico ou dos operadores turísticos começarem a dirigir turistas para Cabo Verde, pois se as empresas locais não estiverem em condições de poder funcionar aceitavelmente, “obviamente que não há produto para vender”.
“Por conseguinte, torna-se importante encontrar uma solução, que poderá ser uma opção estrutural, que não represente pressões de curto prazo sobre as empresas, e que se traduz no resgate financeiro das empresas visadas”, reiterou, sugerindo que a solução poderá passar pela criação, entre agentes públicos e privados, de um modelo de resgate às empresas.
“Penso que este plano de resgate é urgente, e muito importante que se comece a pensar nele, estruturá-lo, como parte da retoma da economia. É possível ter uma solução (…) que não signifique o endividamento público”, concluiu.
C/Inforpress