Índia agoniza na maior tragédia do século XXI: a Pandemia de COVID-19. Esta segunda-feira, 26, registou novos recordes diários de mortes: duas mil 812, contra 352 mil 991 infeções diagnosticadas, culminando num período agravado pela forte escassez de oxigénio no combate à infecção.
Foi o quinto dia consecutivo do segundo País mais afectado pela Pandemia Global de COVID-19 – conforme reporta o portal pt.euronews.com -, a registar mais de 300 mil infecções diárias, elevando o total de casos para mais de 17,3 milhões, incluindo, agora, 195 mil 123 óbitos, no quadro do SARS-CoV-19.
Comparando com os outros dois países mais afectados pelo SARS-CoV-2, só os Estados Unidos da América está pior, com mais de 32 milhões de casos, incluindo 572 mil mortes.
O Brasil surge em terceiro, com 14,3 milhões de infecções confirmadas e o segundo balanço mais alto de mortos do Mundo: quase 391 mil.
Muitas das pessoas que perderam a vida na Índia, nestes últimos dias, foram vítimas da falta de oxigénio, neste momento, certamente, o bem mais precioso na Índia.
O ministro-chefe de Deli, Arvind Kejriwal, a segunda maior Cidade e uma das mais importantes daquele País asiático, com mais de 20 milhões de habitantes, esteve já, na manhã desta segunda-feira, no Hospital “Radha Saomi”, onde meio milhar de camas, equipadas com oxigénio, foram colocadas ao serviço e, pelo menos, 200 unidades de Cuidados Intensivos estão, também, planeadas começar a funcionar.
Arvind Kejriwal anunciou, ainda, sem surpresa, o prolongamento, por mais uma semana, do recolher obrigatório imposto em Deli, na semana passada.
Há uma grave escassez de oxigénio em Deli. São necessárias 700 toneladas diárias, mas apenas foram atribuídas 480 toneladas pelo Governo Central.
Há muitas pessoas a armazenar em casa, oxigénio e medicamentos vitais no combate à COVID-19, o que está a provocar o pânico e a deixar os hospitais ainda mais à mingua, alertou o Ministério indiano da Saúde e da Segurança Social.
Ajuda Internacional
A presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, mostrou-se “alarmada pela situação epidemiológica na Índia” e garantiu que os “27” estão “prontos para ajudar”.
A Alemanha já disponibilizou geradores de oxigénio móveis e a França também já prometeu ajudar os indianos.
De fora da União Europeia, o Reino Unido também já está a ajudar a antiga Colónia com equipamento médico.
Os Estados Unidos e Singapura enviaram aviões para a Índia, carregados de oxigénio e de diverso equipamento médico.
Também os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, aliados do Governo indiano, aderiram ao esforço internacional de Ajuda de Emergência à Índia, onde já circula, inclusive, um comboio conhecido como o “Expresso Oxigénio”.
Uma das causas desta última vaga de COVID-19 na Índia – e, até ver, a mais grave de todas! -, poderá ser uma nova variante local do SARS-CoV-2, baptizada como B.1.617, que está identificada no País, desde Outubro, e que já tem registos de incidência em diversos países europeus, como a Grécia, a Bélgica a Suíça ou o Reino Unido.
Esta variante indiana é qualificada como um “mutante duplo”, por incluir duas mutações do SARS-CoV-2: a E484Q, similar à que já tinha sido observada nas variantes detectadas na África do Sul e no Brasil, com suspeita de reduzir a eficácia da vacinação e aumentar o risco de reinfecção; e a L452R, também identificada numa variante americana da Califórnia, suspeita de aumentar a transmissibilidade.
A B.1.617 foi detectada em 220 de 361 amostras de análises positivas de COVID-19, recolhidas entre Janeiro e Março, no Estado indiano de Maharashtra.
De acordo com a organização Iniciativa GISAID, reconhecida pela monitorização epidemiológica na Comissão Europeia, esta variante indiana já foi detectada em 18 países ou territórios por todo o Mundo, incluindo Alemanha, Bélgica, Itália, Irlanda e Países Baixos, na União Europeia; Reino unido e Suíça, nos países vizinhos do “Bloco Europeu”.
A Itália juntou-se, entretanto, ao rol de países que proibiram a entrada no País a quem tenha estado na Índia nos 14 dias anteriores.