O vice-presidente do PAICV, Rui Semedo, disse hoje que as autoridades deverão fazer um estudo para avaliar se o aumento do número de casos de infecções causadas pela covid-19 está relacionado com as campanhas eleitorais.
“Seria um pouco ajuizado da minha parte fazer esta ligação causa/efeito campanha eleitoral e o aumento do número de casos infectados pela covid-19”, afirmou Rui Semedo, ao ser instado se as recentes campanhas eleitorais não terão contribuído para o aumento de infecções no País.
O vice-presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) fez essas considerações em declaração à imprensa, à margem da audiência que o chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, manteve com os representantes dos partidos políticos com assento parlamentar, no quadro da nomeação do primeiro-ministro saído das eleições do dia 18.
Segundo Rui Semedo, é “normal e natural” que o Presidente da República chame os partidos para os ouvir sobre o processo da indicação de quem deverá governar o país.
“À luz da nossa Constituição, quem deverá governar o país é o partido mais votado e que tenha o maior número de deputados e, neste caso, à luz dos resultados, a questão está a ficar cada mais clara [ou seja, para o Movimento para a Democracia (MpD) que ganhou as eleições]”, sublinhou, ressaltando que o PAICV tem “algumas reservas” que a auscultação dos partidos políticos deveria acontecer após a publicação definitiva dos resultados eleitorais.
Segundo Semedo, as suas dúvidas não põem em causa as diligências do Presidente da República, embora continue a pensar que fazia “mais sentido” esta auscultação após a publicação dos dados definitivos, que passam a valer para todos.
Instado a pronunciar-se sobre a urgência de se formar o novo Governo, tendo em conta a situação em que se encontra o país, Rui Semedo disse que a urgência é que o “Governo aja e tome as medidas necessárias para enfrentar esta pandemia e proteger os cidadãos, o emprego e as empresas”.
“Um Governo que agiu em plena campanha eleitoral noutras coisas não pode reclamar da falta, digamos, da posse para não agir em relação a uma questão urgente e prioritária [a pandemia da covid-19] ”, sustentou, reconhecendo que a situação pandêmica no mundo “é pouco encorajadora” e em Cabo Verde a situação é “muito grave”.
Sobre a medida anunciada pelo Governo do uso obrigatório de máscaras, cuja lei para o efeito ainda está em vigor, adiantou que se trata de uma medida que devia ser continuada e o Governo, apontou, “não precisava de esperar para, depois das eleições, incentivar a usarem as máscaras”.
C/ Inforpress