Faleceu, esta terça-feira (20), a antiga locutora da Rádio Barlavento, Armanda Brito Fonseca, vítima de doença prolongada.
Dona de uma voz única a nonagenária, farmacêutica de formação, a locutora esteve ligada a marcos históricos da comunicação social cabo-verdiana.
Para o discotecário da Rádio de Cabo Verde, Francisco Sequeira, morreu hoje a rainha das vozes femininas da RCV, herdeira do espólio da Rádio Barlavento.
“Ela era das fundadoras da Rádio Barlavento, fazia aquele programa no feminino ‘De mulher para mulher’. Muito pioneira, ela era locutora do noticiário, ela era muito cultural, uma das melhores declamadoras da nossa poesia de sempre (…) acabamos de perder a voz no feminino da cabo-verdianidade, no sentido geral. Digo isto porque quando cheguei na Rádio em abril de 1980, já a ouvia antes deste ano, portanto ouvia com deleite o programa no feminino dela. Ela me encantava por demais”, recorda Francisco Sequeira, à RCV.
Um outro marco na rádio foi a sua prestação tida como de alto nível no espaço Rádio-teatro, segundo Francisco Sequeira.
Outro facto revolucionário e histórico a que esteve ligada a Armanda Fonseca, foi a tomada da Rádio Barlavento, que grava para sempre o nome da falecida locutora para a posteridade. Momento que afastou para sempre a Armanda Fonseca das antenas da rádio, recordou Carlos Lima.
“Armanda Fonseca estava como locutora no dia que a Rádio Voz de São Vicente foi criada, dia da tomada da Rádio Barlavento e depois disso ela deixou as lides da rádio e hoje, ao partir, vai com ela uma grande sabedoria que não teve certamente possibilidade de passar para outros mas fica a lembrança dela”, diz.
Armanda Brito Fonseca, depois de um longo período de doença, faleceu hoje, mas o seu legado fica para sempre na memória, especialmente, dos amantes da rádio.