Paulo Brandão é o seu nome de registo e de baptismo, mas é conhecido na “Ilha do Vulcão” e na Diáspora por “DJ2”. Emigrou para os Estados Unidos da América (EUA) ainda adolescente, mais concretamente, aos 13 anos, regressou sete anos depois e começou a investir, primeiro, na área de discotecas como DJ, e, depois, no turismo de “descoberta das mil e uma maravilhas escondidas” do Fogo .
Paulo Brandão, aliás, “DJ2”, depois da “marcante e inesquecível experiência” nos EUA, regressa com “mais conhecimento, garra, atitude, entrega e determinação”, para investir na montagem de som, iluminação e, mais tarde, na composição de palcos para espectáculos e similares.
Com a pandemia global da Covid-19 e o confinamento, este jovem empreendedor “alargou” os seus investimentos para o turismo, através do aluguer de veículos de quatro rodas, para “aventuras e descobertas das belezas naturais e das mil e uma maravilhas da inigualável e imbatível” ilha do Fogo.
Por outro lado, ao constatar que Fogo já dispunha do serviço de som, mas que faltava o de iluminação e palco, que tinham de chegar de Santiago, com custos adicionais, Brandão resolve investir nesta área, de olho na Região Fogo/Brava. Por isso mesmo, cria a empresa de produção de eventos e aluguer de materiais de som e iluminação, baptizado de “Fogo Entertainment” (“Sound e Light”).
Mercado promissor
O mercado existe. E é “alimentado” pelas muitas festas de romarias, celebração dos dias dos municípios, actividades programadas pelos quatro municípios – três do Fogo e um da vizinha Ilha Brava -, a par das realizações de privados, empresas e departamentos governamentais, “às vezes!”, que utilizam os materiais para promoverem acções diversas.
Nos anos eleitorais (Autárquicos, Legislativos e Presidenciais) a empresa é solicitada para prestação de serviços de som e iluminação, e, “às vezes!”, de palco, “sustida numa experiência de 16 anos”.
Há já mais de um ano, que “Fogo Entertainment” (“Sound e Light”) está, “praticamente parada, devido à pandemia de Covid-19”.
“Apesar das muitas promessas e do anuncio de boas intenções, de que o Inferno está a abarrotar, infelizmente, ainda não tivemos quaisquer benefícios para fazermos face à situação, que, reconhecemos, afecta a (quase) toda a vivalma desta nossa Aldeia Global”, lamenta Brandão.
Turismo de aventura e descoberta
A pandemia de Covid-19 não trouxe só problemas e lamentos. Serviu, também, “felizmente”, para “a procura, descoberta e exe cutar” alternativas.
É assim que, durante o período de confinamento no Estado de Emergência, “DJ2” juntou, convidou e incentivou os amigos a promoverem algumas actividades, utilizando as motos de quatro rodas, “para redescobrirem as mil e uma marvavilhas e as milhentas belezas escondidas” do Fogo.
Da acção aos actos, levou um grupo de amigos à Costa Norte da Estância Balnear de Salinas (em São Jorge).
Grande impacto
“A divulgação das imagens nas redes sociais, teve um impacto e um efeito viral, com reações de muitas pessoas, inclusive dos residentes, que manifestaram interesses e disposição em conhecer a Costa de Salinas, desde a praia de Galé até junto à Atalaia, com quilómetros de dunas de areia negra”, explica o entrevistado do A NAÇÃO.
Brandão começou, então, a “organizar excursões periódicas e regulares”, o que lhe obrigou a investir na aquisição de mais motos de quatro rodas, viaturas todo-o-terreno, motos-de-mar para “jet-ski”, entre outras.
“Fiz tudo isso, de modo a poder satisfazer a demanda, dando assim oportunidades para que as pessoas conheçam a própria Ilha, mostrando paisagens e belezas naturais desconhecidas, além do Vulcão”, justifica Brandão, realçando que muitas pessoas já “embarcaram connosco nesta marcante e inesquecível aventura, incluindo algumas entidades e responsáveis de instituições ligadas ao turismo”.
Potencial turísitico da Costa Norte
Brandão releva que a ilha do Fogo dispõe “de potencial turístico”, mas que “é preciso que as autoridades façam o mapeamento e a sinalização do espaço”, nomeadamente, o litoral de Santa Catarina do Fogo, desde Bombardeiro até Alcatraz.
“O acesso é razoável para veículos todo-o-terreno. No entanto, há um troço de menos de um quilómetro que precisa, urgentemente, de uma intervenção de uma máquina pesada para tornar o caminho mais seguro e adequado para um turismo rural de qualidade. Trata-se de uma área com dunas de areia negra procuradas e apreciadas no Mundo inteiro”.
As dunas estão ladeadas por mar e rochas, que podem ser usadas para outras actividades”, avança Brandão, revelando que, “no percurso, encontram-se criadores a ordenhar vacas, pessoas na colheita de feijões (principalmente, “bongolon”) no período de as-águas, pescadores na faina da pesca, entre variados outros afazeres desconhecidos noutras paragens”.
Aquisição de novos equipamentos
Actualmente, a “Fogo Entertainment” (“Sound e Light”) dispõe de uma frota de oito motos de quatro rodas -automáticos e com mudanças -, para as pessoas que gostam de fazer “rallies”, e três motos com volantes.
“Para meados de Junho, prevemos a chegada de motos-de-mar e outras de quatro rodas, de modo a respondermos à procura que, graças a Deus, tem aumentado, sobretudo, de emigrantes nos Estados Unidos da América”, anuncia Paulo Brandão.
Presentemente, há muitos pedidos de são-filipenses, mas, a empresa depara-se com algumas dificuldades, designadamente, de ordem natural, como sejam a ocorrência de vento e mar agitado, com muita areia em suspensão, tornando desconfortável o percurso.
“Por isso, alguns pedidos são declinados ou programados para final de Março, já que, dessa data a Dezembro, o tempo vai permitir a realização destas actividades”, justifica o interlocutor do Jornal A NAÇÃO.
Litoral de Santa Catarina e Fonte Bila
Além da Costa Norte, o jovem empreendedor foguense vê outras possibilidades a serem exploradas, como o litoral de Santa Catarina, desde Bombardeiro até Alcatraz, passando por Fajã, mas, também, “as potencialidades” de Fonte Bila – vizinha à Cidade de São Filipe, a Capital do Município com o mesmo nome.
Presentemente, a empresa de Paulo Brandão dá emprego fixo, “permanente”, a dez pessoas.
“Indirectamente, depende dos eventos que realizamos. Já houve situações em que tivemos mais de 70 colaboradores, nomeadamente em acções de grande dimensão”, revela Brandão, garantindo que, com a aquisição de novos equipamentos em Junho, a empresa criará mais postos de trabalho permanentes e sazonais.
Curiosidades
Paulo Brandão está surpreendido com os pedidos de pessoas que querem fazer o percurso, observando que “é uma actividade que pode ser feita por grupo familiar – sem limite de idade!
“Já agora, cá vai uma revelação: a pessoa mais idosa que já fez o percurso connosco é um indivíduo de 72 anos, a conduzir com toda a classe, vigor e entusiasmo, uma moto de quatro rodas”, remarca Brandão, todo orgulhoso.
As actividades de “Fogo Entertainment” (“Sound e Light”)são divulgadas nas redes sociais, quais sejam: “Facebook”, “Instagram”, “YouTube”, entre outras plataformas.
“A par disso, também, já produzimos produtos publicitários como camisolas, bandeiras, bonés, canetas, entre diversos outros brindes”, salienta o empresário Brandão, um jovem foguens que “está a driblar a Covid-19, com criatividade, inovação, atitude e garra, sem lamentos nem cruzar de braços, à espera que o milagre caia do Céu”.
É um empreendedor realizado? – pergunta o Jornal A NAÇÃO.
“Pelo sucesso que estamos a ter, quer na área da produção de eventos e, agora, no sector do turismo, não estou arrependido dos investimentos feitos. Aliás, já penso na introdução de novas tecnologias para a projecção, sobretudo de publicidade, espectáculos e, também, para as diversas campanhas levadas a cabo, sejam elas, eleitorais ou de outras índoles”, responde ao A NAÇÃO, a modos de remate.
Para mais detalhes…
Quem estiver interessado em melhor conhecer e participar nesta “aventura de descobrir as belezas do litoral” foguense, pode contactar Paulo Brandão, aliás, “DJ2”, através do telefone: 950.38.88; e\ou do email: fogointertainment@live.com.
(Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 708, de 25 de Março de 2021)