Antes da abertura das mesas de voto, em Achadinha, Praia, já tinha começado a confusão habitual entre os delegados do MpD e PAICV, nas escolas Regina Silva e Capelinha, pelo que foi necessário a intervenção dos Agentes da Polícia para acalmar os ânimos.
O desentendimento entre os delegados dos dois maiores partidos, Movimento para a Democracia (MpD) e Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV) atrasaram mais uma vez a abertura das mesas de votação na Escola Secundária Regina Silva, em Achadinha Baixo.
Foram várias as acusações dos delegados do PAICV presentes no local, criticando algumas “manobras” do MpD e atuações da Comissão Nacional das Eleições (CNE).
“A CNE chegou no local e como não encontraram ninguém do partido aqui, entregaram o boletim de voto ao guarda do recinto escolar, o que é ilegal porque o boletim tem que ser entregue aos presidentes dos partidos”, reclamou o delegado do PAICV, Edmilson de Melo.
Por outro lado, Edmilson de Melo, disse que a lista das mesas foi preenchida pelos delegados do MpD pelo que “não podemos aceitar estas manobras obscuras”.
“A CNE está a cometer ilegalidades junto com o MpD e não vamos aceitar isso”, disse.
Pelo seu turno, Dina Andrade, Delegada do MpD, alega que as acusações dos delegados do PAICV não fazem sentido.
“Eles simplesmente não querem aceitar os membros de mesa presentes na lista só porque não foi computadorizado. As suas acusações não fazem sentido”, disse uma das delegadas do MpD.
Capelinha na mesma onda
Também na Escola da Capelinha, surgiram confusões à volta de uma das 4 mesas de votação presentes no local.
Segundo um eleitor ouvido pelo A NAÇÃO, delegados do MpD não aceitavam o presidente da mesa indicado pela CNE e queria integrar no lugar uma das pessoas do seu partido.
Situações, como se sabe, não são de hoje e que se repetem em períodos eleitores.
Para acalmar os ânimos, foi necessária a intervenção dos Agentes da Polícia, tanto em Achadinha Baixo (Regina Silva) como em Achadinha Cima (Capelinha).
Eleitores desistem de votar devido à confusão
Estas confusões nos arredores de Achadinha, atrasaram a abertura das mesas e fez com que alguns eleitores reclamassem da desordem e da ausência da CNE para esclarecer os factos, acabando alguns por desistirem de exercer o seu direito de voto, pelo menos naquele momento.
CNE sem disponibilidade
Antes do fecho desta reportagem o A NAÇÃO tentou ouvir o responsável da CNE, para as mesas de votação em causa, mas este disse que no momento não seria possível, e remeteu qualquer esclarecimento para mais tarde.
De realçar que a região possui 12 mesas de voto, sendo 8 em Regina Silva e 4 na Escola da Capelinha.
Relativamente às medidas de segurança devido à pandemia, os presentes no local usavam máscaras mas o distanciamento social, devido à confusão gerada em alguns momentos, nem sempre estava a ser cumprido.
Nas legislativas de hoje serão eleitos 72 deputados para a Casa Parlamentar, em 13 círculos eleitorais, sendo 10 no país e três na diáspora.
Santiago Sul, com 19 mandatos, Santiago Norte, com 14, e São Vicente, com 10 deputados, são os maiores círculos eleitorais do país. Santo Antão elege seis deputados, Fogo cinco e Sal elege quatro deputados.
Já Brava, Maio, Boa Vista, São Nicolau e os três círculos eleitorais da diáspora elegem dois deputados, cada.
O MpD, PAICV e UCID concorrem em todos os círculos, PP em seis círculos (Santiago Sul, Santiago Norte, Boa Vista e os três da diáspora), PTS também em seis círculos (São Vicente, Santiago Sul, Santiago Norte e três da diáspora), e PSD em quatro círculos (Santiago Norte, Santiago Sul, América e África).