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“O Silêncio dos Inocentes”, um marco da história do cinema e de uma época

A nossa sugestão desta semana recai sobre “O Silêncio dos Inocentes”. Um filme de culto que não só é considerado como um marco da história do cinema, mas também de uma época. No ano em que estreou-se, 14 de Fevereiro de 1991, conquistou o título de filme do ano e arrebatou os cinco principais prémios dos Óscares (melhor filme, realizador, argumento, actor e actriz). Como dica de leitura sugerimos o livro “Essa gente, do músico e escritor Chico Buarque, prémio Camões de Literatura 2019.

FILME

O Silêncio dos Inocentes (The Silence of The Lambs – 1991)

Clarice Starling (Jodie Foster), agente novata do FBI, procura por um criminoso que ataca e esfola as suas vítimas, todas jovens mulheres. Para construir o perfil psicológico dele, recorre à ajuda de um criminoso preso, o dr. Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) que cumpre pena perpétua por homicídio e canibalismo.

A escolha do elenco não podia ser melhor. Jodie Foster, que havia acabado de ser premiada com um Óscar por “Acusados”, demonstrou paixão e competência, atribuindo firmeza de caráter à personagem Clarice que exerce fascínio em todos ao seu redor. Tudo isso completa-se com a actuação do mestre Anthony Hopkins, esbanjando talento naquilo que é tido como o papel da sua vida.

Um dos segredos da eficiência de “O Silêncio dos Inocentes” é também a sua trilha sonora composta pelo canadense Howard Shore, que facilita a imersão do público no clima da obra já nos primeiros minutos. Este canadense é hoje mais conhecido pelo magistral trabalho na trilogia “O Senhor dos Anéis”, mas, na época, já se destacava nas parcerias com o diretor David Cronenberg, como em “Gêmeos – Mórbida Semelhança”, “A Mosca” e “Videodrome”.

Grande filme sobre a América contemporânea que entrou, por pleno direito, na mitologia popular do cinema recente. A continuação veio com “Hannibal” de Ridley Scott (2001) e, no ano passado, com “Dragão Vermelho”, assinado por Brett Ratner.

O Silêncio dos Inocentes conquistou os cinco principais prémios dos Óscares (melhor filme, realizador, argumento, actor e actriz) repetindo os raros casos de “Um Estranho no Ninho” e “Aconteceu Naquela Noite”. Os críticos do cinema apontam ainda como uma das notas mais importantes o facto de ter feito história por ser o único filme de terror que venceu na categoria principal.

LIVRO

Essa gente, Chico Buarque

“Essa Gente” é o romance mais recente do escritor e músico Chico Buarque, publicado em 2019, logo após ter sido galardoado com o prémio Camões de Literatura. O livro conta a história de um escritor, Manuel Duarte, que escreveu um best seller na década de 1990, mas passa por um momento de crise criativa e emocional, tendo o Rio de Janeiro como pano de fundo. A estrutura do livro assemelha-se a um diário em que Manuel reflete sobre o uso da linguagem e o conturbado Brasil de hoje.

Escritor, compositor e cantor, Francisco Buarque de Holanda, 74 anos, é o vencedor do Prémio Camões 2019. Chico Buarque fora já distinguido duas vezes com o prémio Jabuti, o mais importante prémio literário no Brasil, pelo romance “Leite Derramado”, em 2010, obra com que também venceu o antigo Prémio Portugal Telecom de Literatura, e por “Budapeste”, em 2006.

Nascido em 19 de Junho de 1944, no Rio de Janeiro, Chico Buarque estreou-se nas Letras com o romance “Estorvo”, publicado em 1991, a que se seguiram obras como “Benjamim”, “Budapeste”, “Leite Derramado” e “O Irmão Alemão”, publicado em 2014, sem esquecer “Tantas Palavras”, que reúne todas as letras de Chico Buarque e uma “reportagem biográfica” sobre o autor.

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