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Política

Legislativas: Não há debate porque MpD não pode alterar agenda

O MpD declinou o convite da RTC e da TCV para o debate que deveria acontecer esta sexta-feira, entre os líderes dos três partidos que concorrem em todos os círculos eleitorais.

Em comunicado de imprensa e posteriormente em declarações da secretária-geral, Filomena Delgado, aquele partido questiona a realização do debate no último dia de campanha eleitoral.

“Assim como reagimos com surpresa e indignação à anulação do debate prevista para o passado dia 11 de Abril, reagimos também agora com surpresa, por se propor um debate para a última noite de campanha eleitoral”, alegou.

Um debate na última noite de campanha, segundo Filomena Delgado, não contribuirá para uma clarificação maior do que já foi feita ao logo do período de campanha eleitoral.

Por honrar a palavra dada aos cabo-verdianos, diz, o MpD não pode agora defraudar as expectativas criadas com as acções de encerramento de campanha, que o partido já tem agendadas ao longo de todo o dia de hoje.

O cancelamento do debate previsto para o dia 11 de Abril passado decorreu na sequência de uma queixa feita pelo Partido do Trabalho de da Solidariedade (PTS) à Comissão Nacional de Eleições (CNE).

O PTS insurgiu-se contra o formato do último debate, onde deveriam participar apenas os três líderes dos partidos que concorrem em todos os círculos eleitorais – PAICV, MpD e UCID.

Em comunicado divulgado na altura, a CNE falou em tratamento igual para todos as candidaturas dentro da época de campanha eleitoral. As direcções da RCV e TCV discordaram da posição da CNE e decidiram por cancelar o debate.

Na sequência também a UCID apresentou uma queixa junto do Tribunal Constitucional que, em acórdão, esta quinta-feira, revogou em parte a posição da CNE e justificou que o debate, nos moldes programados, em nada fere o código eleitoral.

Neste sentido, a RCV e a TCV voltaram a propor o debate para esta sexta-feira, último dia de campanha. A UCID e o PAICV mostraram-se disponíveis para debater, embora tenha deixado claro que, só participaria do debate, caso o líder do MpD estivesse presente. 

Para observadores da vida cabo-verdiana, ainda que arriscada, esta decisão do MpD em não participar no debate pode ter várias leituras. Uma das quais o facto de o partido no governo encontrar-se neste momento na defensiva, face a dois adversários – PAICV e MpD – que precisam mais do que ele do debate para fazer vincar as suas críticas aos cinco de governo de Ulisses Correia e Silva.

Diante disso, o A NAÇÃO ouviu a seguinte apreciação: “O MpD, que contava com a chegada do Boeing da TACV para o encerramento em grande da sua campanha eleitoral, acabou, na prática, atropelado pelo Mercedes que, supostamente, o ex-cônsul de Cabo Verde em Miami, o português César De Paço, deu ao ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, em troca do cargo. Este é, sem dúvida, o escândalo do momento, que nem Janira Hopffer Almada, do PAICV, nem António Monteiro, da UCID, iriam deixar de confrontar Ulisses Correia e Silva, do MpD, durante o debate. Ora, entre dois males, o MpD preferiu o menor”.

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