O professorado é uma das classes profissionais com forte presença nas listas dos partidos políticos que participam nas eleições em Cabo Verde. No concelho de Santa Catarina oito professores fazem parte das listas dos seis partidos concorrentes às eleições legislativas de domingo. Apesar disso, o delegado do Ministério de Educação garante que as aulas estão a decorrer sem sobressaltos.
Nelito Correia Mascarenhas
Nelito Correia Mascarenhas, delegado do Ministério da Educação (MED) em Santa Catarina, avança que oito professores estão sob regime de dispensa, uma vez que estão nas listas concorrentes às eleições legislativas de próximo domingo, 18 de Abril.
No entanto, Mascarenhas assegura que as direções das escolas secundárias e os responsáveis dos agrupamentos tomaram providências atempadamente para substituir os professores. Por isso, garante que a presença dos professores nas listas não afectou a actividade lectiva no concelho de Santa Catarina, uma vez que os alunos estão a ter aulas normais.
“Temos cinco professores a nível do ensino secundário e apenas três do Ensino Básico Obrigatório. Estamos a falar de um número reduzido de professores comparativamente com as eleições autárquicas de 25 de Outubro, em que tivemos 52 professores nas listas, o que levou a suspensão das aulas em alguns dos estabelecimentos do ensino secundário por uma semana”.
Precavido da situação registada nas autárquicas, os responsáveis da educação trataram de substituir os professores em regime de dispensa atempadamente. O delegado do MED em Santa Catarina diz ainda que apesar do contexto de pandemia, o balanço dos dois trimestres já findos são bastante positivo.
“Temos sobretudo que dar parabéns a todos os elementos da comunidade educativa, nomeadamente professores, pais, alunos e Delegacia da Saúde que em parceria trabalhamos juntos no combate a Covid-19. Por isso estamos mesmo satisfeitos e o plano de contingência esta a ser posto em pratica. E isso tem demostrado também até mudança de comportamento nos elementos da comunidade educativa no concelho”.
Segundo Mascarenhas, nas zonas rurais as turmas funcionaram normalmente. “Os alunos tiveram aulas todos os dias, das 8 às 12h30 ou das 13 às 17h30. E dado a número reduzido de alunos deu para cumprir as regras de distanciamento”, aponta
Já nos centros urbanos, aquele responsável avança que a nível do primeiro ciclo tiveram que dividir turmas e no segundo ciclo os alunos estão a ter aulas em dias alternados. “Portanto tudo está a decorrer com normalidade”.
Mas admite: “É certo que a nível segundo ciclo no centro os alunos perderam alguns tempos lectivos. E, ciente desta situação, o Ministério da Educação já tem um plano que logo no início do próximo ano lectivo vai haver umas semanas do nivelamento”.
Nelito Mascarenhas garante que os alunos vão continuar a ter aulas aos sábados e que também será reduzido o tempo de intervalo. A fim de tentar minimizar o tempo perdido. O delegado de educação assegura que vão dar uma especial atenção aos alunos de 12º para repor o tempo lectivo perdido, uma vez que as suas aulas terminam mais cedo e precisam de avaliação para concorrerem a bolsa de estudos e vagas tanto no país como estrangeiro.
São Miguel
Por seu turno, o delegado do Ministério da Educação no concelho de São Miguel, Viriato Gomes Furtado, disse ao A NAÇÃO que tem conhecimento de apenas um professor de geografia que pediu dispensa porque está na lista de candidatos a deputado num dos partidos que concorrem às eleições legislativas de próximo domingo. “O professor em causa foi substituído desde o primeiro dia por uma estagiária também geografia. Portanto as aulas estão a decorrer normalmente”.
Aquele delegado diz que o problema é a questão da covid-19 que afecta todo mundo. Mas garante que se estão a cumprir as medidas sanitárias e seguindo as orientações do Ministério da Saúde e do Ministério a da Educação.
