Esta semana propomos quatro sugestões de filmes. Filmes que nos interpelam a valores como o altruísmo, o amor ao próximo, ou ainda com sensibilidade e paixão. O enredo destes filmes toca-nos a alma, e, como se costuma dizer, podem ajudar-nos na caminhada de nos tornar pessoas melhores.
As Pontes de Madison (The Bridges of Madison County – 1995)
Após o falecimento de Francesca Johnson, uma proprietária rural, seus filhos descobrem, através de cartas que a mãe deixou, do forte envolvimento que ela teve com um fotógrafo da National Geographic, quando a família se ausentou de casa por quatro dias.
Esta revelação faz com que os jovens repensem a forma como vivem os seus próprios relacionamentos, o legado bonito de uma experiência que sempre foi mantida nas sombras, por medo do que a sociedade diria. Um amor proibido e que nunca chegou a desabrochar, mas forte o suficiente para servir de inspiração, muitos anos depois da última troca de olhares.
Filme perfeito para aquelas pessoas que adoram julgar o sentimento dos outros.
A lista de Schindler (1993)
Oskar Schindler era um vaidoso e ganancioso homem de negócios que se transforma num improvável humanitário no meio do reinado nazista alemão quando sente-se tocado a transformar a sua fábrica num campo de refugiados para os judeus.
Baseado numa história real, o filme conta o que Schindler fez para salvar aproximadamente 1.100 judeus de serem enviados às câmaras de gás para morrerem no campo de concentração de Auschwitz, nesta que é uma história fascinante de altruísmo e amor pelo próximo.
Clube dos Cinco (The Breakfast Club – 1985)
“Quando você se torna adulto, seu coração falece”. A frase, dita no filme pela menina esquisita da turma, resume uma grande verdade: grande parte dos adultos desiste dos seus sonhos, deixa os interesses individuais perderem-se, abraçando as convenções da sociedade, os rituais executados para a satisfação dos outros.
E estes adultos, já desencantados com a vida, não aceitam encarar o brilho nos olhos dos jovens. Ao contrário do que os cinco pensavam no início do dia, eles não eram diferentes, e, mais que isso, eles entenderam que poderiam conquistar qualquer objetivo caso trabalhassem em equipa.
Os traços de comportamento que outrora os separavam eram exatamente os recursos únicos que cada um poderia agregar, os elementos que os tornavam fortes.
O Mesmo Amor, a Mesma Chuva (El Mismo Amor, La Misma Lluvia – 1999)
Uma obra-prima de sensibilidade e paixão. Além de ser um óptimo ponto de partida para se interessar a conhecer melhor o cinema argentino. Depois desse projecto, o diretor Juan José Campanella iria tornar-se mundialmente reconhecido pelos filmes “O Filho da Noiva” e, especialmente, “O Segredo dos seus Olhos”.
Jorge Pellegrini, vivido pelo competente Ricardo Darín, é uma jovem promessa da literatura argentina, mas acaba desperdiçando seu talento escrevendo contos simplórios para uma revista. Numa noite chuvosa ele conhece Laura, a bela Soledad Villamil, uma garçonete que está à espera do namorado, do qual não tem notícias desde que ele partiu para o Uruguai alguns meses antes. Jorge e Laura ficam muito unidos e a moça, ciente do grande talento do rapaz, tenta convencê-lo a singrar sem medo os bravios mares da literatura. O romance soa natural e nos cativa desde o primeiro momento.
A crítica política existe, porém como uma moldura, nunca como pintura. Em nenhum momento mostra-se apelativo ou simplista, todos os elementos se unem com perfeita simetria.