Os partidos políticos que participariam do debate legislativo deste domingo (11), a UCID, PAICV E MpD, condenam o cancelamento do debate. Em causa está uma deliberação da Comissão Nacional das Eleições (CNE) que exige igualdade de tratamento a todas as candidaturas concorrentes nas eleições de 18 de abril, por se estar dentro do período de campanha eleitoral.
O cancelamento surge na sequência de uma queixa interposta pelo Partido do Trabalho e Solidariedade (PTS), segundo a qual há uma semana das eleições, todos os partidos políticos devem participar do debate e não apenas os que concorrem em todos os círculos eleitorais. A CNE deu razão ao PTS para “assegurar tratamento igual a todas as candidaturas concorrentes, quer quanto ao tratamento jornalístico, quer quanto ao volume de espaços concedidos”.
A direção da Rádio e Televisão de Cabo Verde optou por cancelar o debate, sendo que a deliberação da CNE contraria o regulamento que foi, inclusive, assinado pelo PTS. A empresa diz não assumir nenhuma responsabilidade pelo cancelamento do 3º debate.
Partidos políticos reagem com indignação
O MpD reagiu de imediato. Para o partido, o cancelamento do debate “não contribui” para a liberdade de imprensa e a independência editorial que “sempre pautou a democracia cabo-verdiana”.
“Defendemos que este debate deve acontecer em nome de uma maior clarificação de propostas entre as candidaturas em honra ao bom nome da nossa democracia. Estaremos disponíveis para debater as nossas propostas e não vamos nos esquivar de exigir uma decisão da CNE que favoreça, em tempo hábil, a realização do debate numa nova data”, escreve o partido.
Já o PAICV, que também condena o cancelamento, vai mais longe e diz tratar-se de “mão invisível” na decisão. “Esta informação apanhou a todos de surpresa e indicia que alguma mão invisível possa estar por detrás desta decisão inusitada e despropositada que choca, claramente, com os valores e propósitos da democracia que pretendemos construir nestas ilhas”, lê-se na nota publicada pelo partido.
O partido ainda afirma que o cancelamento do debate é “conveniente” para o MpD que segundo diz “ tenta, a todo o custo, esconder as fragilidades de Ulisses Correia e Silva em justificar o não cumprimento das suas promessas anteriores”.
A UCID apesar de ainda não ter publicado uma reação oficial, sabe-se, pelas redes sociais, que também é contra o cancelamento. “A bem da democracia o debate terá que acontecer para esclarecimento dos cabo-verdianos”, escreve Dora Pires no Facebook.