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Economia

Fogo: Mulheres de Campanas de Cima apostam na transformação de produtos locais

A localidade de Campanas de Cima, na parte alta do extremo norte do município de São Filipe (na Ilha do Fogo) é conhecida, sobretudo, pelas suas grandes potencialidades agrícolas, com destaque para a produção de tubérculos como mandioca, batata-doce, mas, também, de feijões, nomeadamente, congo ou feijão-figueira como é conhecido na ilha. Para uma melhor valorização, um grupo de mulheres aposta na sua conservação e eventual exportação.

Em anos de boa produção, o excedente danificava ou os produtores vendiam a um preço inferior porque não havia alternativa para a sua transformação e, consequentemente, o seu melhor aproveitamento.

Para evitar a venda ao desbarato, e, também,como forma de obter uma maior rendimento, há dois anos, um grupo de seis mulheres, de entre as quais, a interlocutora do  A NAÇÃO, Altimiza Centeio Baptista, residente em Campanas de Cima, associou-se para criar uma unidade de transformação.

Centeio Baptista confessa que, inicialmente, o grupo era constituído por seis mulheres, mas que ficou reduzido a três, porque, devido à questão de transporte, as que residiam fora de Campanas de Cima acabaram por deixar o colectivo, já que, no final do trabalho, não encontravam transportes para regressarem às suas localidades de residência.

O grupo beneficiou de um financiamento do Programa de Oportunidades Socio-Económicas no Meio Rural (POSER), destinado à aquisição de equipamentos e formação. Posto isso, começaram a trabalhar na transformação dos produtos locais e a sua colocação no Mercado foguense.

No lote da produção figuram, entre outras, camoca, pirão, farinha de mandioca, farinha de batata-doce e  embalagens de ervas para chás.

“Também aconfeccionamos doces diversos e trabalhamos com as crianças da Escola de Campanas de Cima”, revela Altimiza Baptista, realçando que, a par disso, fornecem “milho cochido e feijão-congo”, que “estão a ser devidamente aproveitados e com resultado positivo “,para o grupo e para os produtores.

 Comercialização (ainda!) só na “Ilha do Vulcão”

Os produtos colocados no mercado “têm tido uma grande receptividade”, junto dos consumidores da Ilha do Fogo.

“A saída era muito grande, mas, depois da Pandemia de COVID-19, baixou um pouco. Neste momento, está a subir e com boa aceitação. Às vezes, não conseguimos satisfazer as demandas”, aponta Altimiza Centeio Baptista, indicando que, durante a Doença, devido às próprias restrições, o grupo diminuiu a produção e, inclusive, nos meses de Julho e Agosto de 2020, “foi quase nula a produção”, mas que, agora, está-se numa fase ascendente.

“Ainda estamos a vender só na Ilha do Fogo, onde colocamos os nossos produtos nos espaços comerciais de São Filipe. Há, também, alguns vendedores ambulantes que solicitam os nossos produtos, colocando-os Cutelo Capado, Patim e na própria Cidade de São Filipe”, revela.

Altimiza Baptista representou o grupo na última Feira de Produtos Agrícolas e Transformados, promovida pela Câmara Municipal de São Filipe.

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 710, de 08 de Abril de 2021

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