O Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV) acusou o Governo de Cabo Verde de falhas graves perante a comunidade da CEDEAO, na sequência da deportação de turistas africanos, ocorrida na passada sexta-feira, 05 de Abril.
“Nestes dias está a correr o Mundo, mais uma vez, uma triste e constrangedora notícia de turistas nigerianos que foram impedidos de entrar em Cabo Verde, um país membro da CEDEAO, que em princípio deveria beneficiar das normas comunitárias de livre circulação”, sublinhou o partido, em comunicado enviado à imprensa.
Este “triste incidente”, frisa a mesma fonte, não é um caso isolado porque, segundo diz, episódios com igual consequência têm sido frequentes, apontando o caso do investigador guineense que também teve entrada recusada no país em Outubro de 2019.
Segundo o PAICV, Cabo Verde tem estado a acumular “falhas atrás de falhas, cada uma mais grave que outra”, perante a CEDEAO, como é também o caso do processo da sua candidatura aos órgãos cimeiros desta organização.
“Nos últimos tempos a relação de Cabo Verde com a CEDEAO tem estado em erosão permanente, designadamente, com o dossier em torno de Alex Saab, enviado especial da Venezuela, que tem sido objeto de várias decisões dos diversos órgãos da Comunidade da África Ocidental”, pontuou.
O partido afirma que Cabo Verde pode estar em situação de sanção por incumprimento, sem qualquer justificação do Governo, das decisões quer do Tribunal quer de outras instâncias da CEDEAO.
Os tambarinas acusam ainda o Governo de estar a fugir das suas responsabilidades e fingindo que nada esteja a acontecer, uma vez que não emitiu nenhuma reação à denúncia apresentada pelos cidadãos deportados ao Governo da Nigéria.
“O Governo desta República, que sempre se preocupou com a sua credibilidade e a utilidade junto dos parceiros e das diversas comunidades a que pertence, parece que deixou que o profissionalismo seja substituído por um amadorismo militante que põe em causa o bom nome do País e a sua respeitabilidade”, acusou.