O Papa Francisco presidiu, esta manhã, 28, na Basílica de São Pedro (no Vaticano), a Missa do Domingo de Ramos, início da Semana Santa, altura em que os cristãos celebram os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Na ocasião, o Chefe da Igreja Católica lembrou aos seguidores que “Jesus sobe à cruz para descer ao nosso sofrimento”, pelo que é altura “de se passar da admiração à surpresa”.
Com uma presença limitada de fiéis, em respeito às medidas sanitárias previstas, devido às exigências que a crise pandémica da COVID-19 impõe – realça vaticannews.va -, a celebração desta manhã teve início com a tradicional Bênção dos Ramos, que recorda a Entrada Triunfante de Jesus em Jerusalém.
O Rito foi feito aos pés do Altar da Confissão da Basílica Vaticana: os fiéis tinham em mãos os ramos de oliveira. Depois de abençoar os ramos e ser lido um breve texto do Evangelho, que narra a Entrada de Jesus em Jerusalém, o Papa dirigiu-se ao altar da Cátedra, prosseguindo a Missa.
“Nesta Semana Santa, ergamos o olhar para a Cruz, a fim de recebermos a Graça do Assombro”, desafiou o Pontífice em sua Homilia, destacando, entre outros, “a necessidade de se passar da admiração à surpresa”.
Todos os anos, disse, esta liturgia cria em nós uma atitude de espanto, de surpresa: “Passamos da alegria de acolher Jesus, que entra em Jerusalém, à tristeza de O ver condenado à morte e crucificado. É uma atitude interior que nos acompanhará ao longo da Semana Santa. Abramo-nos, pois, a esta surpresa”, exortou.
“Jesus começa logo por nos surpreender. O seu povo acolhe-O solenemente, mas Ele entra em Jerusalém num jumentinho”, continuou Francisco. Pela Páscoa, o seu Povo espera o Poderoso Libertador, mas Jesus vem cumprir a Páscoa, com o seu sacrifício. O seu Povo espera celebrar a vitória sobre os romanos com a espada, mas Jesus vem celebrar a vitória de Deus com a Cruz, observou.
A surpresa é diferente da admiração, destacou. A admiração pode ser mundana, porque busca os próprios gostos e anseios; a surpresa, ao contrário, permanece aberta ao outro, à sua novidade, frisou o Papa, acrescentando:
E qual é o aspeto do Senhor e da sua Páscoa, que mais nos surpreende? – perguntou Francisco, respondendo: “O facto de Ele chegar à Glória pelo caminho da humilhação. Triunfa acolhendo a dor e a morte, que nós, súcubos à admiração e ao sucesso, evitaríamos”.
O Pontífice remarcou que Jesus sofreu toda esta humilhação, para tocar até ao fundo a nossa realidade humana, para atravessar toda a nossa existência, todo o nosso mal; para Se aproximar de nós e não nos deixar sozinhos no sofrimento e na morte; para nos recuperar, para nos salvar.
Agora sabemos que não estamos sozinhos, frisou o Santo Padre. “Deus está connosco em cada ferida, em cada susto: nenhum mal, nenhum pecado tem a última palavra. Deus vence, mas a palma da vitória passa pelo madeiro da cruz. Por isso, os ramos e a Cruz estão juntos”, rematou.
Domingo que vem, 4 de Abril, é Dia de Páscoa, ocasião em que os cristão celebram a Ressureição de Jesus Cristo, ou seja: “a vitória da Vida sobre a Morte”.