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Covid-19

Praia: Covid-19 leva mais de 50 empregadas domésticas ao desemprego

A pandemia da covid-19 leva ao desemprego mais de 50 empregadas domésticas na cidade da Praia. A situação é de tal forma grave que esta classe sobrevive sem qualquer tipo de apoio do INPS ou do estado directamente.

Estas informações foram avançadas pela presidente da Associação dos Trabalhadores Domésticos, Maria Gonçalves, em declarações à RCV. Esta fonte avança que os únicos apoios são de duas mãos amigas e, ainda assim, insuficientes.

“Inclusive já conseguimos cestas básicas através da União Europeia, mas não chegou para todas as trabalhadoras domésticas. A primeira dama apoiou-nos com máscaras também e é isso que é o apoio que tivemos, mas é um apoio que não chega nem para 30 dias”, avança Maria Gonçalves.

Da parte do INPS, ou do Estado nada. A situação, afirma esta fonte, está cada vez mais difícil, senão grave por causa do desemprego.

“Assim, como não fomos contemplados com o subsídio de desemprego e nem quem está inscrito no INPS não teve nenhum apoio da parte do INPS, assim como o governo prometeu. Estamos a enfrentar uma dificuldade grave porque estão muitas mulheres em casa, mães, chefes de família desempregadas que vieram para casa sem receber nada. Nem os patrões lhes pagaram e nem a acção social as apoiou”.

No desemprego estão mais de 50 trabalhadores domésticos e muitos dos que estão no activo recebem menos do que o salário mínimo nacional. Daí o desafio da associação em apostar mais na sensibilização dos trabalhadores e das entidades ligadas ao trabalho para mais fiscalização.

“Apelamos à Direcção-Geral do Trabalho para focar na fiscalização porque esta fiscalização está a deixar-nos falta. O salário mínimo é 13 mil escudos, mas ainda há trabalhadoras com 10 mil, oito mil e 11 mil escudos. Deveríamos ter o salário mínimo de 15 e ainda não o recebemos pelo que estamos a aguardar. E também nas trabalhadoras domésticas, cerca de 10 mil, apenas ¼ estão inscritas no INPS”, conclui.

Em prol dos trabalhadores domésticos, a associação que os representa tem duas iniciativas em carteira, uma para criar trabalhos extra para aumentar o rendimento e a outra para levar a organização aos trabalhadores das outras ilhas. Para já, Maria Gonçalves diz que o financiamento é o único obstáculo. Para breve está prevista uma formação na área do direito laboral destinada aos trabalhadores domésticos, uma iniciativa da Associação de luta contra a VBG.

C/RCV

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