Um desentendimento com a juíza, Ivanilda Mascarenhas Varela, na manhã desta terça-feira (9), ditou uma nova suspensão da audiência de julgamento de Amadeu Oliveira.
A suspensão ocorreu na sequência de mais um impasse em torno de questões processuais. Ao início da tarde o arguido estava preso na sala do Tribunal da Praia, onde está a ser julgado por causa desse desentendimento. O julgamento do caso Amadeu Oliveira estava para ser retomado esta tarde.
Segundo informou a RCV, no seu noticiário das 13 horas, o desentendimento aconteceu à volta de um requerimento que a defesa queria entregar no Tribunal, exatamente apontando alguma falsidade, na óptica da defesa, no que diz respeito ao tratamento do processo.
“O processo deveria ser encaminhado para o segundo juízo e só agora a defesa descobre que houve adulteração do número dois para o número três, o que acabou por levar à transitação deste processo para o terceiro juízo. A juíza não tem este mesmo entendimento, pois acha que a defesa, mais uma vez, está a usar de mecanismos para dilatar o julgamento. Por isso, indeferiu este requerimento no início e disse que poderia ser entregue lá mais para a frente”, avança a RCV.
Houve este desentendimento e a defesa não teve o mesmo entendimento que a juíza. O próprio arguido, Amadeu Oliveira, também se exaltou e a juíza pediu para que o arguido saísse da sala. “Não saiu e disse peremptoriamente que não ia sair, abandonar a sala e acabou por ser retirado à força policial e foi carregado”, relata a rádio pública, sobre o ambiente que se viveu dentro da sala de julgamento.
Após o incidente, Amadeu foi deslocado e encarcerado numa cela que está nas dependências do Tribunal. Uma hora e 45 minutos depois o Tribunal conseguiu um advogado oficioso, nomeado pela Ordem dos Advogados de Cabo Verde.
A primeira coisa que fez ao entrar no Tribunal, por volta do meio-dia, foi endereçar ao Tribunal um requerimento a pedir que o arguido seja consultado para que ele possa também dizer se quer, ou não, aceitar este novo advogado, como consta da Constituição da República, que dá ao arguido esta possibilidade.
Mas a juíza também não aceitou e disse que a partir daquele momento o Tribunal já teria decidido que se o advogado não quisesse continuar, ele é que decidiria se queria ou não, mas que se ele quisesse continuar o arguido não seria consultado, ou seja, iria ter que aceitar o novo defensor que é Edmilson Semedo Silva.
Por seu turno, a primeira coisa que disse Edmilson, para além de pedir que o arguido fosse consultado é que ele precisaria de tempo para conhecer este processo, já que no seu entender é muito complexo. O Ministério Público entendeu que sim, que poderá ter tempo e não pode ser mais de cinco dias.
Se quiser continuar terá cinco dias, se nao quiser, ele não continua, mas não levando em consideração aquilo que o arguido vai decidir ou não.
A própria defesa entende que se o advogado não quiser, ou não aceitar, ele poderá também recusar, mas um dado certo, é que ele terá cinco dias. A defesa de Amadeu pelo que a Juíza disse, não vai regressar já que abandonaram a sala por livre e espontânea vontade.
C/RCV