O julgamento do advogado Amadeu Oliveira retoma hoje na Comarca da Praia. Entretanto, ontem em conferência de imprensa, Amadeu explicou que foi coagido a reconhecer a competência da juíza para ser solto e evitar que um “inocente” seja preso. Em causa está o cliente do advogado, o emigrante Arlindo Teixeira, que será julgado no mesmo dia que Amadeu Oliveira.
A situação é taxada por Oliveira como tentativa de o neutralizar para condenar Arlindo Teixeira.
Amadeu Oliveira diz ter “negociado com o diabo” a sua soltura para que pudesse encontrar um advogado que defendesse o seu cliente Arlindo Teixeira, que será julgado no mesmo dia, esta quinta-feira, 25.
Segundo Oliveira estão a tentar neutralizá-lo para condenar Arlindo Teixeira.
“O meu compromisso maior é saber que um inocente está a correr riscos sérios de ser condenado a muitos anos de cadeia como forma de branqueamento de erros do passado porque se ele for absolvido quer dizer que todo o resto no passado estava errado. A maior fraude de Cabo Verde não é Amadeu Oliveira. A maior fraude de Cabo Verde é Arlindo Teixeira. Eu negociei ontem com o diabo para ser libertado para tentar encontrar um advogado para ir defender Arlindo Teixeira”, assegura o advogado.
O advogado estará impossibilitado de estar presente no julgamento de Arlindo Teixeira e teme que o arguido não tenha um julgamento digno devido à complexidade do processo e vá parar à prisão.
“O processo tem quase duas mil páginas, dezenas de acórdãos do Tribunal Constitucional e do STJ e nenhum advogado consegue ler duas mil páginas, estudar dezenas de acórdãos para defender Arlindo Teixeira com dignidade”, sustentou.
“Eles querem é neutralizar-me, ir meter fraudes e continuar condenando Arlindo Teixeira por falta de advogado, porque a partir do momento em que o STJ emitir um novo acórdão condenando Arlindo Teixeira, os prazos serão muito curtos, por exemplo, eu teria três dias para pedir a clarificação do acordo”, indicou.
Amadeu Oliveira garante que não está em causa os crimes pelos os quais ele está a ser julgado, mas sim “Arlindo Teixeira e o seu julgamento” esta quinta-feira 25.
O emigrante Arlindo Teixeira que veio de França, em Junho de 2015, para passar 45 dias de férias, acabou por ser envolvido num crime e depois condenado a 11 anos de prisão pelo Tribunal da Ribeira Grande, Santo Antão.