Daviz Simango, edil da Beira e líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) morreu, segunda-feira, aos 57 anos, vítima de doença, na vizinha África do Sul para onde tinha sido evacuado a 13 de Fevereiro.
Daviz Simango, segundo o seu irmão Lutero Simango, estava com problemas para respirar e por isso deslocou-se à África do Sul para tratamento. Inicialmente, suspeitou-se de que teria sido infectado pela Covid-19, uma vez que, poucos dias antes, sua esposa tinha testado positivo para coronavírus, mas quando o próprio Simango fez o teste, o resultado deu negativo.
Simango era presidente da Câmara da Beira, capital da província de Sofala, onde era uma figura extremamente popular, tendo sido eleito prefeito quatro vezes.
Em 2003, concorreu como candidato do principal partido da oposição, Renamo, mas o então líder da Renamo, Afonso Dhlakama, recusou que Simango candidatasse a um segundo mandato. Assim, nas eleições autárquicas de 2008, Simango concorreu como independente e derrotou facilmente os seus oponentes, tanto da Renamo como do partido no poder, a Frelimo.
Em 2009, fundou o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), e foi como candidato do MDM que ganhou as eleições municipais da Beira em 2013 e novamente em 2018.
Simango foi o candidato do MDM nas eleições presidenciais de 2009, 2014 e 2019, ficando em terceiro lugar nas três ocasiões.
Reacções do Presidente moçambicano e da Frelimo
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que o país perdeu “uma das vozes mais importantes da sua história política” com a morte de Daviz Simango, destacando que foi uma figura que “contribuiu para a consolidação da democracia no país”.
Por sua vez, a Frelimo, partido no poder em Moçambique, considerou que Daviz Simango, líder do MDM, terceiro partido moçambicano, e autarca da Beira, foi “um dirigente destacado na consolidação da democracia no país”.