A ex-Ministra das Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala, foi, nomeada, esta terça-feira, para chefiar a Organização Mundial do Comércio, tornando-se, assim, a primeira mulher e a primeira africana a liderar a OMC.
Num comunicado de imprensa, o presidente del Conselho Geral da OMC, David Walker, destacou que Okonjo-Iweala, de 66 anos de idade, é uma especialista em finanças globais, economista e profesional do desenvolvimento internacional, com mais de 30 anos de experiência de trabalho pelo mundo inteiro.
Ngozi Okonjo-Iweala que foi Ministra das Finanças da Nigéria em duas ocasiões e ainda Ministra das Relações Exteriores, é veterana do Banco Mundial, com uma carreira de cerca de 25 anos na entidade, onde ocupou o cargo de Diretora-Gerente de Operações, entre outros.
Reagindo à sua nomeação, Okonjo-Iweala destacou que uma OMC forte é vital “se quisermos recuperar rápida e completamente da devastação causada pela pandemia de Covid-19”. Também destacou a sua esperança de trabalhar para moldar e implementar as respostas políticas necessárias para fazer a economia global voltar a funcionar.
Para Okonjo-Iweala, o líder da OMC deve ser escolhido pelos seus méritos: “se é mulher e é africana, ótimo”, disse num vídeo, acrescentando que espera que a sua nomeação seja um sinal para todas as mulheres e meninas de que o mundo está pronto para a liderança feminina.
Okonjo-Iweala tomará posse a um de Março próximo e o seu mandato, renovável, terminará em 31 de Agosto de 2025.
ONU destaca liderança de uma mulher na OMC
Altos funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) destacaram a eleição de Ngozi Okonjo-Iweala como a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC),
Através da sua conta oficial no Twitter, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, felicitou a diplomata nigeriana pela sua “histórica nomeação como primeira mulher e primeira africana no cargo de directora-geral” daquela entidade, com a qual a ONU deseja fortalecer a parceria neste momento crítico.
Por sua vez, o presidente da 75ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, Volkan Boxkir, indicou que Okonjo-Iweala, fará história como a primeira africana e a primeira mulher a chefiar o órgão responsável pelas regras que regem o comércio mundial.
“Um sistema de comércio multilateral forte é essencial para garantir uma recuperação económica global inclusiva e sustentável”, observou Volkan Boxkir.
A Diretora Executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, também concordou sobre o significado histórico da nomeação de Okonjo-Iweala como chefe da OMC para o período 2021-2025.
Reações favoráveis da UE e China
Vários governos, personalidades e instituições em todo o mundo acolheram com agrado a nomeação de Okonjo-Iweala, a primeira mulher e africana a alcançar essa posição na OMC.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou a nomeação da nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala como um “momento histórico para o mundo inteiro”, garantindo o “apoio da Europa”.
A China garantiu o seu apoio e confiança ao trabalho da nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, expressando seus parabéns por sua nomeação para esse cargo. O Ministério do Comércio chinês destacou a experiência da recém-nomeada na administração de entidades internacionais e o compromisso com a redução da pobreza, o acesso a vacinas e cuidados médicos nos países em desenvolvimento.
“A China espera que a OMC, sob sua liderança, retome as suas funções normais o mais rápido possível e desempenhe um papel mais importante na cooperação contra a (Covid-19) pandemia e na recuperação económica”, diz uma nota do governo da China.