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União Africana condena embargo económico dos EUA contra Cuba

A XXXIV cimeira da União Africana (UA), realizada nos dias 6 e 7 de Fevereiro por videoconferência, aprovou uma resolução contra o embargo económico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos da América (EUA) há cerca de 60 anos.

A resolução aprovada pelos chefes de Estado e de Governo de África, não só inclui um pronunciamento a favor de Cuba como também o apoio na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) onde será votado, no próximo mês de Maio, um documento contra o bloqueio dos EUA a este país das Caraíbas, agravado em 2020 pelo governo Donald Trump, apesar do impacto da Covid-19.

Os dirigentes africanos subscreveram pela décima segunda vez consecutiva o texto “Resolução sobre o levantamento do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto à República de Cuba pelos Estados Unidos da América”, expressão do seu apoio ao aprovado anualmente nas Nações Unidas.

Além de manifestar preocupação com a continuidade do bloqueio, oficializado em 1962 por decreto do então presidente John F. Kennedy, os chefes de Estado e de Governo de África lamentam o retrocesso vivido nos últimos quatro anos nas relações de Washington com Havana e apelam às autoridades norte-americanas para que revoguem as longas e injustificadas sanções.

Da mesma forma, consideram muito prejudicial o impacto extraterritorial da Lei Helms-Burton, especialmente a execução de seu Título III, e assinalam que o bloqueio impede Cuba de cumprir os objetivos contidos na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Recorde-se que a resposta à Covid-19 e os conflitos armados foram, entre outros, os temas tratados na XXXIV Cimeira da União Africana, realizada no último fim de semana por videoconferência e que também contou com a participação do chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca.

Nessa última cimeira, a República Democrática do Congo assumiu a presidência rotativa da organização. A União Africana foi criada a 11 de julho de 2000 para substituir a Organização da Unidade Africana (OUA), fundada a 25 de maio de 1963, e reúne atualmente 55 estados-membros, incluindo os lusófonos Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Cuba agradece

O Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, agradeceu, através da sua conta no Twitter, a posição unânime da União Africana em solidariedade à ilha caribenha. «Agradecemos a contínua exigência dos irmãos países africanos pelo fim do bloqueio dos Estados Unidos a Cuba, e expressões de solidariedade para com nosso povo”, escreveu o Ministro das Relações Exteriores cubano.

Por sua vez, o site Independent Online da África do Sul publicou um artigo intitulado “É hora da comunidade internacional reconhecer a contribuição de Cuba para a saúde global”, assinado por Shannon Ebrahim, que explica o trabalho realizado pela Brigada Henry Reeve para enfrentar a pandemia Covid-19.

O texto jornalístico explica que o contingente cubano salva a vida de muitas pessoas no mundo e trabalhou nos surtos das doenças mais perigosas do planeta. Por isso, propõe que o Prêmio Nobel da Paz 2021 seja concedido a profissionais de saúde desta ilha das Caraíbas.

“Resta a pouca gente no mundo que não faz por dinheiro ou ganho pessoal, mas pela alegria de salvar a vida de alguém e chegar aos que mais precisam de ajuda”, reflete Ebrahim, citado pela agência Prensa Latina. O articulista convoca todos os sul-africanos para elogiarem o trabalho realizado pelos médicos cubanos nos últimos meses naquele país.

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