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Economia

Porto Mosquito: Jovem troca vida no mar pelo artesanato

Carlos Mendes, 30 anos, natural de Porto Mosquito, no concelho de Ribeira Grande de Santiago, trocou as lides da pesca pelo artesanato. Zig, como é conhecido, é hoje um produtor de referência de sandálias e bolsas em cabedal naquela localidade.

Carlos Mendes conta que antes dedicava-se à pesca, juntamente com o pai, na busca do sustento para a família. Mas depois de participar numa acção em artes com cabedal, promovida pela Câmara Municipal de Ribeira Grande Santiago (CMRGS), decidiu trocar a vida arriscada no mar pelo artesanato. “Antes praticava pesca de mergulho”, começa por dizer.

“Em Maio de 2019 recebi o convite da Câmara para participar numa acção de formação sobre o artesanato destinada aos jovens do concelho.

Inicialmente pensei que era uma formação em corte e costura, mas afinal era sobre arte em cabedal. No primeiro dia foi estranho mas depois comecei a gostar. E, mesmo antes de terminar a formação, comecei a vender as primeiras peças que fazia em casa e divulgava na internet”.

Carlos Mendes avança que, apesar das dificuldades iniciais, abriu o seu atelier a 6 de Agosto de 2019. E, desde então, tem produzido diversos tipos de sandálias, bolsas e cintos de pele e outros assessórios.

“Foi preciso muito esforço para montar o atelier. No início da formação prometeram que no final do curso iam oferecer a cada formando um kit com os manterias necessários para montar as nossas oficinas, mas isso não aconteceu e de nada valeu reclamar. No meu caso, como tinha uma certa quantia de dinheiro guardado para ir tentar visto para Portugal, resolvi investir na montagem do atelier. Felizmente, depois de um mês, comecei a ver os resultados”.

Potenciais clientes

O jovem artesão revela que os seus potenciais clientes são os turistas que visitam Porto Mosquito, pessoas da comunidade e da cidade da Praia, mas também emigrantes, principalmente, em Portugal e nos Estados Unidos de América.

“Boa parte dos meus clientes entram em contacto comigo através da minha página do facebook. Mandam-me os dados e combinamos os preços, e quando o trabalho está pronto faço entrega pessoalmente, ou então envio pelo correio ou através dos familiares para aqueles que estão fora do país. Com a covid 19, a venda caiu bastante”.

Segundo Carlos Mendes, o seu maior sonho é montar uma pequena unidade de produção de calçado em Porto Mosquito para garantir emprego a jovens da comunidade.

“Já tinha planificado para ir comprar umas máquinas em Espanha, em Abril de 2020, mas, com o encerramento das fronteiras por causa da pandemia da covid-19, já não foi possível. Neste momento estou a trabalhar para criar uma marca e nos próximos cinco meses, se as coisas melhorarem, vou contratar duas ou três pessoas para trabalharem comigo”.

Carlos Mendes diz-se orgulhoso da caminhada feita até agora e desafia os outros jovens a serem empreendedores nas áreas que dominam.

“Deixei de arriscar a vida no mar para ter um trabalho mais tranquilo e rentável na terra. Portanto, desafio todos os jovens a apostarem nos seus sonhos, sendo certo que para conseguirem devem lutar muito, porque nada cai do céu”, conclui.

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