O projecto “Arte Cabo Verde Kontra Covid-19” usa vários meios de expressão artística para compartilhar uma série de mensagens de prevenção contra a covid-19. Um desafio lançado pela UNESCO e que envolve artistas de vários países da nossa sub-região africana.
Participam nesta campa- nha de sensibilização ar- tistas e criativos de dife- rentes áreas, oriundos de várias ilhas do país.
O projecto, que partiu da Or- ganização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cul- tura (UNESCO) em parceria com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CE- DEAO) e o Ministério da Cultu- ra de Cabo Verde, visa ajudar na implementação de medidas de prevenção da pandemia no país, bem como combater o estigma relativamente às pessoas infec- tadas pelo novo coronavírus.
Cada artista criou uma obra através da sua arte que transmite uma mensagem sobre prevenção.
Jorge Almeida (São Vicente) é o músico responsável pela músi- ca da campanha, Queila Fernandes (São Vicente) pela fotografia, Rosy Timas (Santiago) na dança, Délio Leite (Santo Antão) e Bruno Kenny (São Vicente) pela pintura.
“Inspirei-me para fazer esta música de uma forma contrária à situação de pandemia em que estamos a viver, de confinamento e defaltadeabraços”,explica Jorge Almeida.
Por sua vez, a fotógrafa Queila Fernandes diz que a sua inspiração partiu do preconceito e solidão que se vive nesses tempos. “Durante esta pandemia tem havido muito preconceito, solidão (…) e então eu quis passar todos esses sentimentos nas minhas fotografias. A minha mensagem para o futuro é que as pessoas possam ter mais empatia e compaixão”, destaca a fotógrafa.
Rosy Timas utiliza a sua dança parac hamar atenção das pessoas e mostrá-las que o problema “é mais interior do que exterior”.
“Para mim, os artistas neste momento têm uma missão como um microfone para ajudar a in- formar. Tudo isto é uma luta interior, é uma reflexão do que es- tamos a sentir por dentro, para que possamos encontrar uma compreensão para que estejamos mais calmos.”
Já o artista plástico Bruno Kenny, com a ideia do uso da máscara utilizou uma parede da cidade do Mindelo para retratar três bons exemplos e um mau exemplo na luta contra o vírus.
“A minha pintura é inspirada na ideia de que temos a neces- sidade de transmitir uma mensagem de prevenção aos mais jovens. Utilizei três bons exemplos e um mau. O mau é aquele que está sem usar máscara portanto a correr risco e eu utilizei a minha própria figura para não apontar dedos a ninguém e porque eu sou jovem. Acredito que esta ideia de ter um grupo de risco e os outros podem estar à vontade não funciona”, defende Bruno.
Por seu turno, o artista plástico Délio Leite, na Ribeira Grande, Santo Antão, retratou o distanciamento social.
“A minha ideia foi projetar uma arte que comunique a questão da aglomeração e distanciamento social. Precisamos de bastante cuidado e união e menos egoísmo para que possamos vencer mais esta batalha da Humanidade”, sublinha o artista.
Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 699, de 21 de Janeiro de 2021
