As obras para a edificação do Mercado Municipal no Estádio do Coco na Várzea, na cidade da Praia, vão ser definitivamente suspensas e no local vai nascer um espaço público de lazer disponível para as famílias. A garantia é do presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho.
Em declarações à rádio pública, Carvalho, explica o porquê da medida.
“Nós fomos muito claros desde o início. O Mercado do Coco é para suspender. Não vamos continuar com o Mercado do Coco ali nesse espaço. Fomos muito claros desde o início e para nós é uma questão de honra, continuarmos com aquilo que nós prometemos, aquilo que defendemos durante o período de campanha eleitoral. Isso é importante, porque além da gestão do próprio município, nós temos aqui um outro combate a travar e tem a ver com a recuperação da imagem do político e da política. As pessoas têm de acreditar, começando desde logo por manter a nossa palavra”, disse Francisco Carvalho.
“Poço” de investimento público
Convém realçar que ao longo dos anos tem sido injectado dinheiro público, sucessivas vezes no espaço e sempre com garantias da antiga câmara e governo de que ia ser um mercado.
A paralisação dos trabalhos no mercado tem sido alvo de críticas por parte do PAICV. Em 2018, o então líder da bancada do PAICV (oposição) na Assembleia Municipal da Praia, Vladimir Ferreira, exigira um esclarecimento sobre a paralisação e a data de conclusão do Mercado de Coco, cujas obras tinham iniciado em 2012.
O mesmo partido fez uma denúncia-crime em Fevereiro de 2019 contra a Câmara Municipal da Praia, na sequência de atrasos na conclusão das obras do Mercado do Coco. Entretanto, a Procuradoria-geral da República (PGR) mandou arquivar a denúncia crime, por entender que não foi ordenada a abertura de instrução e, em consequência, uma vez que a mesma não trouxera consigo a notícia de nenhum crime.
Em 2019 o Governo anunciou a disponibilização à Câmara Municipal da Praia (CMP), do valor de 350 milhões de escudos, para a conclusão do Mercado do Coco, no âmbito do Programa de Requalificação, Reabilitação e Acessibilidades (PRRA).
Passado esse tempo, o certo é que as obras no Mercado de Coco vão agora ser suspensas, para dar lugar a um espaço público de lazer disponível para as famílias, algo que não existe até agora na capital, pelo menos em grande dimensão.
Ainda, o Executivo do concelho reúne-se esta quarta-feira (27) e um dos assuntos em pauta é a aprovação de um plano emergencial para responder a problemática dos assentamentos espontâneos na capital do país.
“Dentro de 15 dias teremos um plano especifico para a questão da construção espontânea no município da Praia, mas é preciso ver que isto não vem de agora. Estamos praticamente a completar 60 dias na Câmara Municipal. Não é em 60 dias que iremos pôr cobro de imediato a estas situações, até porque implica várias dimensões: cultural e legal. Há várias dimensões muito complexas que temos de analisar, mas estamos a analisar bem e rapidamente”.
Francisco Carvalho diz que aguarda uma reacção do Tribunal de Contas ao pedido de auditoria a gestão da anterior equipa executiva.